Por dentro e por fora
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Acordou bonita como sempre, mas com os cabelos desalinhados e sem maquilhagem. Olhou á volta e percebeu que tinha saído de uma noite mal dormida, povoada de fantasmas e de sombras mais ou menos indefinidas. Libertou a testa dos cabelos soltos e percebeu que tinha um dia mais á sua frente. Deixou passar um suspiro fraco, quase se entregando à inevitabilidade de uma modorra impotente que, lentamente, a vinha roendo, até que ouviu uma voz, algo longínqua mas bem perceptível, dizendo-lhe como estava bonita, sem maquilhagem e com os cabelos desalinhados. E como os seus olhos tristes eram o espelho de uma alma tão bonita como a sua figura emergindo de uma noite sacolejada, mas incapaz de a derrubar.
Ela ouviu e gostou. Os olhos brilharam e a sua mão passou dolente pela testa afastando os cabelos que lhe tapavam a visão. E viu melhor. Viu tão bem que o seu rosto se abriu num sorriso sereno e bonito, que dificilmente desaparecerá no resto do dia. Mesmo que o mundo desabe.
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Etiquetas: a nossa insustentável leveza
2 Comments:
Afortunada mulher, que mesmo ao longe, ao acordar tenha alguém que lhe sussurre belas palavras, escancarando-lhe o sorriso apesar da alma triste...
Belas orquideas Espumante!:))*
Lindo texto, lindas orquideas!
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