domingo, julho 12, 2009

A salada do José ( * )


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Na questão das candidaturas dúplices do PS, Sócrates informou a vassalagem que está farto (Sócrates farta-se com facilidade, farta-se que se farta…) de explicar. E explica outra vez: «a posição para o Parlamento Europeu teve a ver com o que consideramos de importância política sendo as candidatas que mais se destacaram no Parlamento Europeu e com isso dar à delegação portuguesa uma afirmação superior no contexto do Parlamento Europeu», explicou, cada vez mais farto, que os portugueses (e as portuguesas) são assim meio para o burrote. É que a prioridade política da Ana Gomes e Elisa Ferreira são as candidaturas às câmaras, ou seja, destacaram-se no parlamento europeu mas a prioridade, essa, é das candidaturas e por outro lado esta maçada do intervalo das legislativas e das autárquicas serem com quinze dias de intervalo não ajuda nada, porque a prioridade europeia não ofusca a candidatura vencedora de cada uma das duas socialistas, e depois esta decisão do Partido de não permitir candidaturas em duplicado quando foi tomada, já a decisão das candidatadas estava tomada, uma maçada, uma trapalhada, isto da política é difícil, mas daqui para a frente é que é. A Sanfona não gosta mas não tem outro remédio senão ir afinar o instrumento para Alpiarça ou, então, dar uns concertos em S. Bento, agora tudo ao mesmo tempo não dá, ou há moralidade ou comem todos (neste caso, todas), com a excepção já bem explicadinha da Elisa e da Ana, ainda por cima a Ana já disse que não precisa disto para nada porque já foi embaixadora e se quiser pode ser embaixadora outra vez e a Elisa se perder o Porto sujeita-se ao cinzento de Bruxelas, tudo a bem da Nação. Não pode é haver mal-entendidos e vistas bem as coisas Alegre tem razão porque tem que haver moralidade, mas ao mesmo tempo não tem razão coisa nenhuma porque a Elisa e a Ana foram apanhadas a meio e Alegre está a embirrar, é o que é, ele podia e devia muito bem estar calado porque estas duas … pois, já se explicou lá em cima, além de que, e para que conste, Alegre também foi candidato a PR e não deixou de ser deputado por causa disso, então e o milhão?

Não se percebe bem esta salada? Sócrates tempera-a bem, no Público. Qualquer tergiversação da coisa é pura má vontade. É da oposição. Da reacção (aqui está um termo que cai bem dizer de vez em quando para não se diluir nesta apagada e vil ausência de ideologia do presente). É do governo anterior, é da campanha negra, é do clima, é da tempestade perfeita. E não há nada pior que a coisa tergiversada.

Já devíamos estar habituados, que Vitorino bem nos avisou, a tempo e horas. Se não estiverdes (habituados) ainda vão a tempo. Custa um bocadinho mas não dói por aí além.

(*) Sabem os apreciadores de séries televisivas americanas, cinéfilos, residentes na zona metropolitana de Los Angeles e turistas não acidentais que há restaurantes na cidade que criam e anunciam saladas com o nome de celebridades. Sócrates, não escaparia.

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