Medida acertada
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Há alguns anos atrás abri uma crise familiar porque uma das minhas sogras insistiu devotamente que a minha filha de dois anitos haveria que beijar uma imagem de Cristo que tinha sido previamente beijada por um comboio de gente, numa Páscoa longínqua. Não transigi e o padre deu-me uma pedagógica lição de moral e explicou-me a liturgia da coisa como se explica a uma criança a soletrar nos primeiros dias de escola. No fim da história, a sogra zangou-se imenso, o padre deve-me ter excomungado mentalmente mas a minha filha manteve-se livre de colibacilos bentos, como a razão impunha.
Verifico agora que o padre Feytor Pinto, a propósito da disseminação da gripe A, aconselha os crentes a evitar a água benta nas pias e aquele beijinho das missas que eu ainda não percebi bem para que serve mas que se troca com os parceiros do lado. Isto é um sinal de bom senso e de que a igreja se vai ajustando às realidades, o que me apraz registar, apesar da resistência do rebanho.
Há alguns anos atrás abri uma crise familiar porque uma das minhas sogras insistiu devotamente que a minha filha de dois anitos haveria que beijar uma imagem de Cristo que tinha sido previamente beijada por um comboio de gente, numa Páscoa longínqua. Não transigi e o padre deu-me uma pedagógica lição de moral e explicou-me a liturgia da coisa como se explica a uma criança a soletrar nos primeiros dias de escola. No fim da história, a sogra zangou-se imenso, o padre deve-me ter excomungado mentalmente mas a minha filha manteve-se livre de colibacilos bentos, como a razão impunha.
Verifico agora que o padre Feytor Pinto, a propósito da disseminação da gripe A, aconselha os crentes a evitar a água benta nas pias e aquele beijinho das missas que eu ainda não percebi bem para que serve mas que se troca com os parceiros do lado. Isto é um sinal de bom senso e de que a igreja se vai ajustando às realidades, o que me apraz registar, apesar da resistência do rebanho.
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Etiquetas: Gripe suína, igreja
9 Comments:
AHAHAHAH! Não fique amuado com aquilo que lhe disse -- já são muitos anos de leitura por aqui -- e, "na minha opinião pessoal", são estes os posts que mais dizem de si, QED...
Mas isto sou eu, que se calhar gosto mais de pessoas do que de ideias.
Abraço amigo, :)
João faz um abaixo assinado que eu tb quero assinar ;)
Dulce, faz você: ele não resistirá à chamadita feminina :)
JoãoG
Deixei de amuar aos 14 anos :))))
Fica a consolação de você já ler o «Espumas» há cinco anos- O que lhe dá, a si, aliás, toda a autoridade para falar.
Um abraço
Dulce Braga
Cuidado com as insinuações do JoãoG. No fundo, no fundo, quando ele diz que não resisto à «chamadita feminina» ele não me está a chamar Ulisses, coisa nenhuma. Ele está é a chamar-te sereia a ti. O que não sei se é bom se é mau mas, pelo menos, no imaginário do androceu, é coisa boa com certeza.
:))
Monsenhor Vitor Feytor Pinto é um bom exemplo de uma Igreja moderna e cativante. Não devemos olhar só a maus exemplos e velhos "maus" rituais. O mundo mudou e, com padres como Vitor Feytor Pinto, a Igreja também vai acompanhar os tempos de hoje. O facto de cumprimentar as pessoas durante uma celebração deve ser visto como um momento de acolhimento para com o nosso semelhante, acompanhando o gesto com as palavras " na paz de Cristo". Mas o que importa é o que sentimos e não pensar que somos muito "bonzinhos" só pelo facto de ir à missa. O próprio Padre Feytor Pinto afirma que prefere que as pessoas sejam "católicas" no seu dia-a-dia, mesmo que não vão à missa, do que serem hipócritas.
Não descurar que Odisseu só não morreu pelas sereias porque meteu cera nos ouvidos e se amarrou ao mastro :)
Vítor Azevedo
Não veja no post qualquer ideia de chacota sobre o assunto. As pessoas que vão à missa merecem-me o maior respeito. É apenas uma certa forma de dizer as coisas...
JoãoG
Apenas quis deixar a Dulce precavida :))
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