quarta-feira, abril 08, 2009

Molusquicidas


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Uma coisa é a politica nua e crua, outra coisa são as convicções de cada qual e outra coisa ainda o chamado combate político, expressão tão do agrado dos "knightriders" do nosso cenário político. E há, depois, uma coisa que parece ter sido remetida para o arquivo morto e que dá pelo nome de boa educação.

O Partido Socialista sempre foi dado ao tal combate político, nele se embrenhando com aquilo que sentem ser um sentido de missão. Mas para sua (e de toda a gente) desgraça, este sentido de missão resvala com demasiada frequência para uma aflitiva ausência de ética e seriedade, como o atestam numerosos casos avulso, i.e., Emáudio, Casa Pia, Freeport, qualquer deles derrotando por KO outras "poucas-vergonhas" de outras famílias políticas, apequenadas pela mestria do PS neste particular.

Mas há um pormenor não despiciendo em que muitos socialistas são exímios. É na má-língua e numa aflitiva falta de chá na substância e na forma como se referem aos seus adversários políticos. São conhecidas as diatribes de Guterres, (partir as fuças), Jaime Gama (canalha) e o inenarrável Jorge Coelho com o seu “quem se mete com o PS leva”. E dando de barato que o “habituem-se” de Vitorino se aceita, por mais polido. No fundo, expressões que mesmo quando são brandas relevam de uma completa inaceitação da crítica alheia.

Agora é o Dr. Fernando Nobre, da AMI, que numa sessão, a raiar o clímax, de lançamento de um livro de Mário Soares, afirmou que Durão Barroso "tem um corpo de plástico, moluscóide, de quem não tem coluna vertebral". É do tipo de políticos que pensa que, com uma plástica, tudo pode continuar na mesma. Isto porque Fernando Nobre achou que Durão Barroso não tinha nada que ter ido aos Açores com Bush e, muito menos e em função disso, ter elogiado Obama na recente conferência dos G20. É feio, revelador e tira-nos até a vontade de lhes corrigir o Português. Por isso, se o “há-dem” de Jorge Coelho merecia referências jocosas, já a falta de concordância de sujeito/predicado do Dr. Fernando Nobre (…é do tipo de políticos que pensa…) deslustra a imagem do autor. Mas rebuscar este ponto poderá parecer má educação.
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