quinta-feira, abril 02, 2009

As causas nobres


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Cumpriu-se a liturgia do costume com uma porção de canalha afinada a partir montras, carros e, até, invasão de um banco. Na confusão morreu um, levado no torvelinho dos acontecimentos e na nobreza (!!!) das causas. Causas que esta gente não sabe bem quais são. Hão-de crescer e ajustar-se às realidades quais “Cohn Bendits” do Século XXI (leia-se: chateiam meio mundo até se acomodarem num tacho que lhes cairá do céu), não sem escaqueirar mais umas quantas montras, carros e restaurantes e sem que morram mais uns quantos.

Bem alimentados no seio da abundância de que desfrutam, dotados de uma saúde invejável que lhes foi proporcionada por adequados cuidados médicos, bem vestidos e abrigados dos frios europeus, nunca esta gente sentiu fome, frio ou morreu de cólera ou malária. Percebem, mas não querem admitir que isso se deve ao regime político e económico de que desfrutaram e que mesmo por entre muitos defeitos e vicissitudes do sistema, foi ele que lhes proporcionou o bem-estar e, não menos importante, a liberdade de irem berrar para o meio da rua. A liberdade não inclui é carros incendiados nem montras partidas mas o homem novo desta sociedade nova está disposto a perdoar e a olhar com beatitude estes "excessos juvenis". Sobretudo se não forem os próprios donos dos carros ou das lojas e restaurantes. Esses, sim, zangam-se, mas há que lhes dar o desconto, porque ainda não perceberam as exigências da sociedade moderna. E a esses conceda-se-lhes a bem-aventurança devida aos pobres de espírito. E têm mais é que ficar calados e arcar com os prejuízos, hom’essa!
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