quarta-feira, abril 08, 2009

Desde logo, sem gravata!


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De repente há um inusitado número de homens que aparecem esgargalados (entenda-se, sem gravata) nos locais mais diversos. Das reuniões de políticos aos domingos na Penha Longa, por exemplo, em que o habitual e tradicional jacket and tie required é substituído por um pretensioso (porque na moda) jacket and NO tie: compulsory, a comentadores de televisão e, até, apresentadores, eis que uma legião de desengravatados passou a enxamear-nos o "environment".

Eu pouco sei sobre gravatas, apesar de ter lido algures que este adorno masculino data do Século III antes de Cristo (ver aqui algumas curiosidades sobre o assunto), mas sei que, queiramos ou não, a gravata é indissociável do traje masculino. Não só ela complementa um enquadramento de desejável elegância como, ainda, parece ser reveladora do gosto de cada qual. Diz-se mesmo, mostra-me a tua gravata e dir-te-ei quem és.

Pouco a pouco, a gravata tem desaparecido. A coisa é mais em Portugal, conhecida a propensão dos portugueses para as modas, sobretudo quando elas, as modas, vêm a propósito de coisa nenhuma. E se as modas do nosso linguajar são talvez a expressão mais frequente das nossas idiossincrasias, temos agora a moda do colarinho desapertado com uma pretensa manifestação de bom gosto e aggiornamento social. Por mim, acho detestável. A ausência de gravata pressupõe um polo moderno, uma camisa Lacoste, ou outras camisas de corte de colarinho adequado. Agora ver camisas com cortes de colarinhos naturalmente ajustados ao uso da gravata, desprovidas da mesma é, no meu modesto entender, de mau gosto. Pior. De um pretensiosismo atroz. Assim uma espécie de “desde logo”, “repare” ou “é assim” ou “daquilo que são isto ou aquilo”.
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