Blá blá blá do costume
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Acabei de ler este post do JCD comentando as posições e a histeria de Daniel de Oliveira sobre o conflito palestiniano. Na verdade, o que acho é que se dá demasiada importância àquilo que Daniel de Oliveira escreve. Seja sobre palestinianos, seja sobre outra coisa qualquer. Pela simples razão que não reconheço nesta figura mais ou menos recalcitrante qualquer súmula ou substância no que afirma, que não seja uma atitude profundamente ressabiada contra tudo o que signifique a contraparte dos valores que a esquerda toma como seus, como propriedade privada. Não reconheço valor literário, histórico, documental, ou sequer uma linha de pensamento minimamente respeitável, ao contrário de muita gente de esquerda com conceitos ou ideias estimáveis sobre as várias questões políticas mundiais, num homem que se limita a despejar em blogues e jornais e televisões a verve biliosa das suas convicções (?).
Um exemplo próximo é o Expresso de ontem, onde D. de Oliveira diz coisas espantosas. Socorre-se, por exemplo, de séries televisivas como “24” onde ele acha que se verte uma certa justificação da tortura no combate ao terrorismo. Por outras palavras, ele acha que a série foi feita para explicar, metaforicamente, o recurso à tortura e à degradação moral a que assistimos no reinado de George Bush. É claro que há, pelo menos, uma dúzia de séries da televisão americana que poderiam ser citadas como espelho de uma sociedade onde o primado da liberdade e o respeito pelos direitos humanos são valores acima dos de mil outras latitudes onde isso não tem qualquer sentido. E já que estamos a falar do Expresso, mais adiante, D. de Oliveira diz a seguinte enormidade “… que nos EUA a tortura nada tem de novo. Assim como não têm as violações aos direitos cívicos, a ocupação de outros países, os assassínios de líderes políticos no estrangeiro, as prisões ilegais…”. Diz ainda “… o que é novo é a legitimação ideológica…” “…tortura, assassínio, inimigo, guerra ou prisioneiro, ganharam novos sentidos, como se viu em Guantánamo…”
A série de dislates continua e chega-se ao fim da crónica sem que se vislumbre um sentido ou uma linha de raciocínio. Existe apenas este matraquear incessante de lugares-comuns. A coisa torna-se trágica quando estas críticas vêm de um europeu, cuja folha curricular já registava muitas destas "benfeitorias" muito antes dos Estados Unidos sequer existirem. Pior, onde muitas destas manobras continuaram já depois dos Estados Unidos existirem e com a agravante de, de vez em quando, desembocarem, em conflitos para cuja resolução tivemos de contar com a acção prestimosa dos americanos para sobrevivermos em dignidade.
Acabei de ler este post do JCD comentando as posições e a histeria de Daniel de Oliveira sobre o conflito palestiniano. Na verdade, o que acho é que se dá demasiada importância àquilo que Daniel de Oliveira escreve. Seja sobre palestinianos, seja sobre outra coisa qualquer. Pela simples razão que não reconheço nesta figura mais ou menos recalcitrante qualquer súmula ou substância no que afirma, que não seja uma atitude profundamente ressabiada contra tudo o que signifique a contraparte dos valores que a esquerda toma como seus, como propriedade privada. Não reconheço valor literário, histórico, documental, ou sequer uma linha de pensamento minimamente respeitável, ao contrário de muita gente de esquerda com conceitos ou ideias estimáveis sobre as várias questões políticas mundiais, num homem que se limita a despejar em blogues e jornais e televisões a verve biliosa das suas convicções (?).
Um exemplo próximo é o Expresso de ontem, onde D. de Oliveira diz coisas espantosas. Socorre-se, por exemplo, de séries televisivas como “24” onde ele acha que se verte uma certa justificação da tortura no combate ao terrorismo. Por outras palavras, ele acha que a série foi feita para explicar, metaforicamente, o recurso à tortura e à degradação moral a que assistimos no reinado de George Bush. É claro que há, pelo menos, uma dúzia de séries da televisão americana que poderiam ser citadas como espelho de uma sociedade onde o primado da liberdade e o respeito pelos direitos humanos são valores acima dos de mil outras latitudes onde isso não tem qualquer sentido. E já que estamos a falar do Expresso, mais adiante, D. de Oliveira diz a seguinte enormidade “… que nos EUA a tortura nada tem de novo. Assim como não têm as violações aos direitos cívicos, a ocupação de outros países, os assassínios de líderes políticos no estrangeiro, as prisões ilegais…”. Diz ainda “… o que é novo é a legitimação ideológica…” “…tortura, assassínio, inimigo, guerra ou prisioneiro, ganharam novos sentidos, como se viu em Guantánamo…”
A série de dislates continua e chega-se ao fim da crónica sem que se vislumbre um sentido ou uma linha de raciocínio. Existe apenas este matraquear incessante de lugares-comuns. A coisa torna-se trágica quando estas críticas vêm de um europeu, cuja folha curricular já registava muitas destas "benfeitorias" muito antes dos Estados Unidos sequer existirem. Pior, onde muitas destas manobras continuaram já depois dos Estados Unidos existirem e com a agravante de, de vez em quando, desembocarem, em conflitos para cuja resolução tivemos de contar com a acção prestimosa dos americanos para sobrevivermos em dignidade.
Para mim, o que verdadeiramente me surpreende é a audiência que Daniel de Oliveira e correlativos conseguem junto da comunicação social. Porque uma coisa é a pluralidade de ideias, através da qual a colaboração de gente de vários quadrantes é sempre bem acolhida. Outra, bem diferente, é esta espécie de versão política da imprensa cor-de-rosa, em que um punhado de gente supostamente de esquerda enxameia os órgãos de comunicação social com as diatribes do costume. E não são tantos como isso. Se repararmos bem são capazes de caber nos dedos de duas mãos. A tragédia é que a maior parte de todos continua a lê-los. Mesmo sabendo que invariavelmente nos irritamos imenso e as suas crónicas desaguam em nada.
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Etiquetas: bloggers, esquerda moderna, Middle East
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