quinta-feira, janeiro 15, 2009

Está tudo doido


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Mas isto está tudo doido? Ontem caí na SIC Notícias e dei comigo a ouvir Telmo Correia do PP a meter os pés pelas mãos, numa atitude quase apologética em relação ao que o Cardeal Patriarca disse sobre os casamentos mistos de raparigas cristãs com muçulmanos. Ao lado, o inenarrável Bernardino Kim I Sung, muito irritado também com o episódio e a lamentar-se da dificuldade em dialogar com os muçulmanos (imagine-se…), ao mesmo tempo que afirmava que as declarações do Cardeal cheiravam a racismo e a xenofobia. Antes de chegar a casa também fui ouvindo algumas mulheres portuguesas em dissertações mais ou menos filosóficas sobre ser-se casado com um muçulmano, Cheguei mesmo a ouvir uma que dizia: - Eu sou católica e muçulmana. Era o que falta não fazer o que quero, sim porque eu tenho querer! Logo a seguir dizia: - Mas é difícil, muito difícil.

Por estas e por outras, dei um valor muito grande ao que o Cardeal afirmou. Tenha sido informal ou não, tenha sido um simples tertúlia ou a propósito do que for, gosto de gente que fala a direito sem ofender ninguém. E D. Policarpo não ofendeu ninguém. Limitou-se a referir uma evidência factual. Que o casamento de uma rapariga cristã com um muçulmano pode ser um sarilho. E como as raparigas cristãs se apaixonam como todas as outras e nem todas estão devidamente informadas sobre a realidade que as espera no caso de virem a ter filhos e viajarem para os países de origem dos maridos, é elementar que devem ser esclarecidas. Não o fazer e recorrer a "rodriguinhos", como Telmo Coreia fez ontem numa televisão, é mais ou menos o mesmo que sermos violados e pedirmos desculpa por estar de costas.

NOTA: - Há um filme muito conhecido com a Sally Field (Not without my daughter, 1991), entre vários outros, aliás. Nele se tratava de uma história verdadeira de uma mulher apaixonada por um iraniano estabelecido nos Estados Unidos, respeitável médico (os infiéis de há muito que têm boas universidades e boas oportunidades de trabalho…) e que circunstancialmente acaba por se deslocar ao Irão. Tem uma filha. Ou melhor. Julgava que tinha. Porque afinal, não era bem assim. Vale a pena ver este filme. Ou, em última análise, fazer o que fez a Sofia que, num hotel de Londres e à falta de alternativa, desatou a ler o Corão
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2 Comments:

At 4:06 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Também vi o filme, e se calhar o cardeal patriarca também, mas não é por isso que eu acho que o cardeal esteve bem.

 
At 9:31 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Teófilo M.
Claro, o filme foi referido só a título de exemplo.

 

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