quinta-feira, janeiro 15, 2009

Tá de chuva


[2884]

O dia abriu fechado (!!). Quantidades maciças de nuvens carregadas de água pronta para nos entupir os bueiros e os rés de chão dos snacks de marca desta Lisboa de Invernos viscosos. O dia abriu fechado do sol que me tem aquecido a marginal nestes últimos dias, apesar do frio.

Surpreendentemente ouvi um aviso breve de que estamos em alerta laranja. Os mentores nacionais do nosso bem-estar, e contrariamente ao habitual, hoje não me avisaram que deveria levar várias camadas de roupa e, sobretudo, um guarda-chuva. Esta de não me avisarem para levar o guarda-chuva é imperdoável, porque se há coisa de que a gente não se lembra de levar quando está a chover é o guarda chuva. Também contrariamente ao que é habitual, ninguém me tem estado a avisar para conduzir com redobrada prudência e ligar os médios. Resumindo. À boa maneira portuguesa, a pica vai sendo paulatinamente substituída pela abúlica rotina das coisas gastas e as coisas já não são o que eram. Depois admiram-se que as gentes apanhem gripes e outros resfriados avulsos e acabem nas urgências dos hospitais durante seis horas para nos receitarem um curso de paracetamol 500 mg de oito em oito horas, Cê-gripe (que é uma coisa que tem aparecido muito na televisão ultimamente), um vasoconstritor nasal para aplicação em SOS e um antitússico à razão de uma colher de chá de seis em seis horas.

Daí que me tenha precavido. Para além dos preparos inerentes, vou levar uns sapatinhos (ões) mais grossos e mais altos para não me entrar água para os pezinhos. E vou meter-me à marginal, como de costume depois de ter elaborado um tema de reflexão (talvez a distribuição de preservativos que o Bloco ou o PCP, já não me lembro bem, achou como desígnio nacional retomar em discussão). Vou mais só e desamparado, sentindo a falta dos conselhos dos mentores nacionais. É o vazio que se abre num dia fechado.

.

Etiquetas: