terça-feira, novembro 25, 2008

Cretinismo militante


Amílcar Cabral, na selva guineense, pacificando com Kalashnikov.

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Amílcar Cabral terá sido, para uns, um terrorista. Para outros terá sido um combatente da liberdade, um guerrilheiro, um político, um engenheiro agrónomo e, até, um poeta. Uma coisa ele não foi com certeza. Pacifista. Isso não obstou a que a nossa preclara RTP, em dois telejornais, lhe tenha chamado isso mesmo – pacifista, o que me faz pensar que de duas uma: ou lá pela televisão do Estado não se sabe português ou, pior, sabe-se, mas acha-se que é necessário manter vivo o primado da idiotia ou a chama de que alguns se sentem imbuídos no sentido de "pacificarem" o pensamento único das pessoas e de lhe incutirem a sua, deles, verdade histórica e semântica privada. Acima de tudo parece-me ser uma dose forte de cretinismo e uma falta de respeito, quer pelos telespectadores quer pelo próprio Amílcar Cabral que ganhou, muito antes da esquerda de esferovite da RTP, o seu lugar na história.

Adenda: Verifico, com prazer, que JPP não deixou passar este pormenor em branco. De resto, parece-me que o pacifismo de Cabral tenha sido "pacífico" para a maioria das pessoas.

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2 Comments:

At 4:13 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Acredito que o Amílcar Cabral lutava pela paz do seu povo, mas daí a chamar-lhe pacifista vai uma longa distância, mas já não estranho nada, pois ainda há pouco ouvi chamar democrata ao Nino Vieira!

Creio que a ignorância superará a incompetência neste caso, pois muita juventude já não tem memória que suporte o passado.

 
At 9:29 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Teófilo M.

A questão pode ser simples ignrância por parte da RTP---

 

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