Uma questão de maçarocas
[1992]
Eduardo Pitta acha que os polícias não têm nada que andar pelos urinóis a deter cidadãos que resolvem aproveitar esses locais para abordarem a maçaroca de cada qual. Porque cada um gosta da maçaroca que quer e ninguém tem nada com isso.
Eu também acho que em matéria de maçarocas cada um come a que quer e a que gosta. Mas para isso é que há manjedouras apropriadas e misturar isso com a distorção do problema de base, a questão da homossexualidade, e o facto de figuras públicas se terem visto na necessidade de se demitirem é uma falsa questão.
Ainda prezo a possibilidade de não ver os urinóis públicos transformados em locais de abono de maçarocas, por muito lúdica que a ideia pareça. Encarar a homossexualidade com a naturalidade própria de quem realmente não é preconceituoso perante o fenómeno não tem que acomodar a opinião daqueles que acham que ir catar maçarocas para os urinóis públicos poderão constituir uma bandeira de luta por aquilo de que querem fazer uma causa – a homossexualidade - e já não é. Hoje, a questão está verdadeiramente sublimada na sociedade. Agora, não custa nada comer as maçarocas em casa.
Eduardo Pitta acha que os polícias não têm nada que andar pelos urinóis a deter cidadãos que resolvem aproveitar esses locais para abordarem a maçaroca de cada qual. Porque cada um gosta da maçaroca que quer e ninguém tem nada com isso.
Eu também acho que em matéria de maçarocas cada um come a que quer e a que gosta. Mas para isso é que há manjedouras apropriadas e misturar isso com a distorção do problema de base, a questão da homossexualidade, e o facto de figuras públicas se terem visto na necessidade de se demitirem é uma falsa questão.
Ainda prezo a possibilidade de não ver os urinóis públicos transformados em locais de abono de maçarocas, por muito lúdica que a ideia pareça. Encarar a homossexualidade com a naturalidade própria de quem realmente não é preconceituoso perante o fenómeno não tem que acomodar a opinião daqueles que acham que ir catar maçarocas para os urinóis públicos poderão constituir uma bandeira de luta por aquilo de que querem fazer uma causa – a homossexualidade - e já não é. Hoje, a questão está verdadeiramente sublimada na sociedade. Agora, não custa nada comer as maçarocas em casa.
ADENDA: Reli, cuidadosamente, o que acabei de escrever. Reli, também, o post de Eduardo Pitta (EP). Não consigo perceber qualquer crítica enviesada ao texto de EP ou qualquer remoque que eventualmente pudesse vir a ser considerado deselegante para EP. Limitei-me a “entender” que a sua opinião era coincidente com a do amigo que lhe escreveu dos Estados Unidos e cuja identidade EP preservou, sobretudo pelo próprio título do post que, julgo, foi criado por EP e não pelo seu amigo. E aqui, sim, se errei na minha interpretação, apresento publicamente as minhas desculpas.
Ouso, assim, dizer que me parece que Pitta é que leu em diagonal o meu post. Tal como alguns daqueles que me comentaram. Porque só lido em diagonal é que se pode pensar em qualquer outra coisa que não seja o meu desacordo com a carta do amigo de EP e, por associação de ideias, com o próprio EP.
Aliás, uma chamada ao Technorati mostrou-me que nao terei sido o único a “ler em diagonal” o tal post de EP.
É o que se me oferece dizer sobre este assunto, na convicção de que não fui deselegante para ninguém e que me limitei a expressar a minha opinião de que não concordo com práticas homossexuais em urinóis públicos, nem com o clamor pelas despesas do erário público na aplicação de pretensas práticas persecutórias e homofóbicas. Muito menos para Eduardo Pitta que, de resto, leio regularmente e com o maior agrado. Apesar de não poder dizer o mesmo em relação ao tom (foto incluida) com que ele trata o meu post.
Ouso, assim, dizer que me parece que Pitta é que leu em diagonal o meu post. Tal como alguns daqueles que me comentaram. Porque só lido em diagonal é que se pode pensar em qualquer outra coisa que não seja o meu desacordo com a carta do amigo de EP e, por associação de ideias, com o próprio EP.
Aliás, uma chamada ao Technorati mostrou-me que nao terei sido o único a “ler em diagonal” o tal post de EP.
É o que se me oferece dizer sobre este assunto, na convicção de que não fui deselegante para ninguém e que me limitei a expressar a minha opinião de que não concordo com práticas homossexuais em urinóis públicos, nem com o clamor pelas despesas do erário público na aplicação de pretensas práticas persecutórias e homofóbicas. Muito menos para Eduardo Pitta que, de resto, leio regularmente e com o maior agrado. Apesar de não poder dizer o mesmo em relação ao tom (foto incluida) com que ele trata o meu post.
Etiquetas: homossexualidade, maçarocas
15 Comments:
Seja como fôr, os urinóis públicos são o maior local de exibição de maçarocas do país. A coisa fica ali à mão de semear, vai daí...
E as pessoas demitem-se por isso?
Creio que não leu bem o texto do Eduardo Pitta. Leu por alto, talvez. Mas ele não escreveu aquilo que diz que ele escreveu.
Eu, a bem dizer, estou de acordo com o que escreveu o Eduardo Pitta. E não percebo como é que não tu também não estás, Espumante...
Espero que isto não tenha nada que ver com o facto de estarmos a falar de um americano republicano... ;)
Beijola.
Tb me parece que apenas leu o texto na diagonal. E nesse caso devia-se abster de o comentar!
Recomendo este link para o Youtube que fala por si.
http://www.youtube.com/watch?v=CB6A7W3QfM4
Cpmts
manuel balsa
nuno tavares
Fiz uma adenda ao post. Agradeço a vossa participaçao.
azulinha
Eu sei que tu e' que me leste em diagonal, como alias e' apanagio teu. De qualquer maneira esta' la' uma adenda.
Bejinhos
Gostaste do outro dos anos?
:)
carlota
Tu tens sempre direito (tal como a azulinha teve, de resto) a resposta diferenciada.
Espero que mesmo so' por brincadeira te passe pela cabeça que fiz o post porque o homem em questao e'republicano... ou a tuguice pegou-se enquanto por ca' andaste? ;)
Quanto ao teu desacordo, e sem esperar que concordes comigo, peço-te que leias a adenda. Ja' agora vai ler o "25 cm de neve". Curiosamente a ele nao lhe disseram nada... so'cascaram em mim.
Beijola
Aiiiiii. Eu não achei que estavas a cascar no texto do outro. Entendi que estavas a cascar em exibições em urinóis, daí tentar explicar que a coisa fica ali tentadora e tal. Que fique claro que também acho que essas coisas são para curtir em privado. E também acho falta de serviço polícias andarem disfarçados a aliciar pessoas para depois as desmascararem. Ide às vossas vidinhas prender bandidos, digo eu...
E já agradeci os miminhos nos comentários de um post de hoje. PRONTESSSSS!
Os homossexuais-activistas têm esta característica: acham que são discriminados, defendem liberdades, direitos e garantias, mas agrupam-se em grupos de influência extremamente sectários e não consideram que assediar uma pessoa num espaço público, se em causa estiver 2 homens , seja verdadeiramente assédio. Vá-se lá perceber esta gente.
Espumante, cito: «na convicção de que não fui deselegante para ninguém e que me limitei a expressar a minha opinião de que não concordo com práticas homossexuais em urinóis públicos».
Só para que fique esclarecida uma dúvida minha: e se forem práticas heterossexuais em urinóis públicos, já concorda? É que se também não concorda, não vejo qual tenha sido a sua necessidade de escrever o termo «homossexuais» naquela frase.
Se me permite a ocupação de umas linhas no seu blog, o que é verdadeiramente repugnante neste caso é a "técnica" usada pelos polícias: montar o esquema para ver o "pato" cai. E, neste caso, caiu.
Ademais, parece-me que se o senador tivesse (alegadamente) assediado uma mulher polícia "à paisana" numa casa de banho, ninguém veria mal nenhum nisso, ou, caso cisse, certamente não veria um mal tamanho que o forçasse a demitir-se do cargo. Dar-lhe a conotação de gay, ainda que através de um esquema montado, é o ideal para fazer muito barulho por nada, porque estando em causa um comportamento homossexual as bocas da moralidade podem escancarar-se ainda mais!
E fica ainda por esclarecer o que é que se entende por «assédio», neste caso. «Assédio» é um pouco diferente de violação e parece-me que toda a gente está a reagir como se o senador tivesse cometido a segunda e não o primeiro.
Se alguém demonstra abertura para o acto e o outro faz uma investida, estamos perante assédio? É que se vamos se mais papistas do que o Papa, então todos nós, desde que tenhamos dois palminhos de cara, somos constantemente assediados na rua, em bares, etc..
Ao que consta, o senador apenas fez uso de um gesto tipicamente identificado como manifestação (entre gays) de vontade de ter relações sexuais (bater o pé no chão, ao que parece...), mas não adoptou qualquer comportamento de subjugação/sujeição perante o polícia, que é o elemento essencial que caracteriza o assédio.
Esta história toda só aconteceu porque os EUA são um país prisioneiro da moralidade hipócrita, moralidade essa que o próprio Craig ajudou a impôr, por isso não deixa de ser irónico e divertido que agora veja "como elas mordem". De todo o modo, sujeitar os cidadãos a "testes" desta natureza, para além de persecutório e controlador da sexualidade de cada um por parte do Estado, parece-me, acima de tudo, altamente desprestigiante para a Polícia, que se vê assim sistematicamente utilizada como "ratoeira" para apanhar o "rato". É profundamente lamentável que tudo isto suceda. Qualquer dia, os EUA voltam àquilo que foram entre nós os tempos da Inquisição, em que se montavam cenários falsos com o único intuito de, pretensamente, se apanhar o prevaricador em flagrante delito. Quando a moral controla o Direito é isso que acontece. E quando a mral controla o Direito, as sociedades regridem e emaranham-se a si próprias numa teia imensa de contornos ditatorias.
mário, "dissecando" o seu comentário:
1. Os homossexuais não acham que são discriminados, os homossexuais são mesmo discriminados. Ainda precisa de mais exemplos ou as execuções, os espancamentos, as diferenças legislativas, os insultos diários e as limitações de direitos de toda a espécie (desde dar sangue até poder casar) chegam?
2. Afirmou que «os homossexuais-activistas (...) agrupam-se em grupos de influência extremamente sectários».
Agora sou eu quem precisa mesmo de exemplos concretos. Não se importa de enumerar alguns desses grupos de influência (já agora, de que tipo?) extremamente sectários? Grata.
3. Por último, não é que os homossexuais não considerem que assediar uma pessoa num espaço público, se em causa estiverem dois homens, seja verdadeiramente assédio. Assédio é assédio, ponto final, para gays e para hetero, estejam em causa comportamentos gays ou hetero. Trata-se é de saber se os comportamentos tidos pelo senador podem ser catalogados de assédio à luz daquilo que é razoável (já nem falo da lei americana, porque nos EUA há imensas leis que padecem de falta de razoabilidade, como é consabido). E não parecem poder, daí que seja evidente que estamos perante uma autêntica perseguição e diminuição da liberdade das pessoas.
O drama americano é que as leis (não só as que incidem sobre comportamentos sexuais mas muitas delas) são moralistas e controladoras e, por isso, redundam em hipócritas. E se o são assim é porque reflectem problemas profundos de uma sociedade que está, presentemente, estruturada em valores manifestamente errados (só para citar alguns: a pena de morte, o facilitismo no recurso ao confronto armado, o desrespeito pelas normas do ambiente, a ideia de hegemonia e de super-potência, o sacrifício do indivíduo perante os objectivos económicos, o fanatismo religioso, etc., etc., etc.).
Estu em crer que só vale realmente a pena pensar nestes assuntos nesta perspectiva, porque as causas do que acontece é que explicam por que é que aconteceu. Enquanto as pessoas estiverem mais preocupadas em controlar quem olha para a "maçaroca" de quem (para usar a expressão do Eduardo Pitta) do que em compreenderem e respeitarem o mundo que as rodeia, a América permanecerá assim. E peço-lhe que não veja nas minhas palavras qualquer vestígio de anti-americanismo, porque não o têm. A bem dizer, eu não sou anti-nada que não seja limitador da falicidade dos indivíduos e vejo a América como uma grande nação que, tão somente, não tem sabido gerir do melhor modo o seu próprio destino, de tão ocupada que está em tentar gerir o destino do Mundo.
Cumprimentos.
azulinha
Prontessssssss, está entendido :)
mário
O activismo nem sempre é exclusivo de gays. Também há muita gente que não é gay e se envolve em activismo feroz. Talvez porque será a única forma de ganharem agum protagonismo.
Mas atenção, o activismo não é aplicável a toda a gente.
mente assumida
1 - Não precida de permissão, ocupe o espaço que quiser e sempre que lhe aprouver
2 - Não, não concordo com sexo nas casa de banho públicas, nem homo nem hetero. Se tenho de responder assim, se sim ou não, a resposta é esta. Se apliquei o termo homossexual foi porque estava inserido no contexto do post.
3 - Escrevi hoje mais um pequeno post sobre o assunto, penso que ele responde a algumas das suas questões.
Obrigado pela sua presença, o que me possibilitou, aliás, a oportunidade de conhecer os seus blogues.
Meu caro Espumante,
muito obrigada pela sua simpatia e cordialidade.
Estou esclarecida em relação à sua discordância no que toca a relações sexuais em casas de banho públicas (aspecto no qual afinamos pelo mesmo diapasão, diga-se).
Lerei com toda a atenção o texto que escreveu.
Obrigada, ainda, pela vsita ao meu blog. Espero que não tenha dado o tempo por (inteiramente) perdido.
Cumprimentos.
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