Tão simples (mas provavelmente difícil) de entender…
«...Há a rábula dos regimes "progressistas" implicados,
prova cabal de que o desprezo pela lógica do capital termina onde começa a
possibilidade de ganhar uns trocos...»
«...Há a rábula do sr. Almodóvar, o cineasta cuja obra encerra subtis
críticas ao consumismo e cuja vida abraça o dito sem subtilezas...»
«...Há a rábula do Expresso, que tarda em divulgar os
"ex-ministros" metidos nisto...»
«...Enquanto as boas almas se horrorizavam com os Panama Papers,
em Portugal o governo prometia apostar jovialmente o fundo da Segurança Social
em "reabilitação urbana", leia-se entregar os descontos de todos a um
punhado de construtores amigos...»
«...a tradição é justamente essa, a de o Estado achar que os
cidadãos e as empresas são clinicamente incapazes de gastar o próprio dinheiro
com juízo...»
«...As terríveis offshores da lenda são, afinal, territórios que
optaram por não sujeitar as pessoas a saques regulares e "legítimos"...»
«...atraem o ódio dos socialistas dos vários partidos,
genuinamente convencidos de que as fortunas seriam bem melhor aplicadas na
satisfação de compinchas e na compra de votos...»
«...A abolir alguma coisa, antes o socialismo. Não é por nada,
mas tendo a simpatizar mais com instituições que respeitam o meu dinheiro do
que com aquelas que mo subtraem...»
Alberto Gonçalves tem a grande virtude de saber dizer aquilo
que toda a gente sabe mas que poucos ousam admitir. Preferem alinhar na idiotia
corrente. Porque é que é assim, não sei, mas é. Por mim, vou degustando o Alberto
Gonçalves aos Domingos (curiosamente há poucos referências ao cronista, apesar
dos múltiplos shares e likes). Foi o que fiz hoje e, pegando no tema, vou ali
tomar a bica da manhã ao café onde, livre e democraticamente fantasio sobre um
par de salutares bofetadas que gostaria de aplicar em meia dúzia de fulanos.
Etiquetas: Panama Papers
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