domingo, junho 01, 2014

Em defesa de Jesus


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O treinador do Benfica continua a ser um saboroso saco de pancada de uma grande parte dos virtuosos jornalistas e comentadores da paróquia. Eu tenho de reconhecer, sem qualquer esforço, que o homem tem um invejável cortejo de calinadas. É isso, o homem é um calino encartado. MAS:

1 - Jesus, como o próprio afirma na reportagem, é um homem sem instrução (palavras dele), Isto significa, para os mais distraídos, que não estudou;
2 – Depois, há o facto, não despiciendo, de ter nascido e medrado num subúrbio pobre de Lisboa (igualmente palavras de JJ) onde a linguagem adquire contornos conhecidos. Jesus deu até exemplos do «tamem» a significar o também ou «ganda» no lugar de grande;
3 – Tudo junto e somado, parece que o homem é sério, trabalha a sério, não depende de lóbis, não rouba nada a ninguém e conseguiu evoluir ao ponto de ganhar €4 M por ano.

Ora só mesmo os distraídos poderão passar ao lado da inaceitável série de pontapés na gramática desferidos em profusão por uma grande parte dos elementos da nossa comunicação social e dos nossos comentadores (desportivos e não só). As enormidades sucedem-se, para não falar até nos irritantes vícios de linguagem como o «pelos vistos» o «muitas das vezes», o «é assim», o «desde logo» a «janela de oportunidade», isto para falar numa ínfima parte deles. Com a diferença que agora estamos a falar de gente licenciada e com a obrigação estrita de falar bem. A mesma que Jesus tem em ensinar os atletas a jogar bom futebol.

Claro que muita desta rapaziada da comunicação social precisará, cá pelas minhas contas, de cento e sessenta anos (disse bem, cento e sessenta anos) para auferir o que Jesus ganha em apenas UM ano. Convenhamos que é uma «ganda» diferença e «tamém» pode explicar muita coisa.

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