Os quadrantes
A esquerda adora quadrantes. E então se pode usar os quatro,
entra em histeria. No fundo, a esquerda sabe que é pouco credível e que as suas
políticas são consecutiva e inapelavelmente catastróficas. Vai daí, apresentar
personalidades de todos os quadrantes significa que os outros três quadrantes
avalizam as suas próprias asneiras.
Agora é um grupo de individualidades, mais ou menos acomodáveis
num autocarro de turismo, que se lembrou de fazer um manifesto. Há um milhão de
palavras que poderiam ser escritas em relação a cada um dos manifestantes mas,
para isso, há quem o faça melhor do que eu. Limito-me a passar os olhos de
relance pelo grupo e perceber naquelas personagens como que uma espécie de
todos os quadrantes de virtualidades, desde os que sabem imenso de dívida nacional
até aos que se sentem incompreendidos pelas benfeitorias que levaram a cabo no tempo socialista. Passando por ressabiados, desocupados, ainda que todos eles,
empresários, professores, técnicos, economistas, ensaístas e, quiçá, ex-passageiros
da TAP. Como convém, porque a esquerda é plural e gosta de acolher todos os
quadrantes.
Os quatro quadrantes dão habitualmente o sainete necessário a
este tipo de iniciativas. Por mim, que já percebi que morro primeiro que a dívida
seja paga, uma dívida alimentada por uma colecção de incompetentes desonestos,
do que eu verdadeiramente gostava é que esta gente saísse da frente, como
escreveu o Camilo Lourenço. E como é improvável que o façam, ao menos que a
comunicação social não se excite muito e não lhes dê a amplitude que não
merecem. Ou que mereceriam, mas por outros motivos, que não este tipo de atitudes
espúrias.
Nota: Há dia tropecei num dos objectivos de um candidato a deputado
europeu pelo «Livre». Levar a Troika a tribunal. Pois…
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Etiquetas: angústias do socialismo, manifestos
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