Convictamente preguiçosos e snobes
Tem um deputado, Carlos Enes de sua graça, que me chamou de
convicto preguiçoso e snob. Basta ler aqui. Já agora, ler tudo para se perceber
um pouco melhor a ligeireza e a lógica de quem se lembra de bulir com a língua
portuguesa e, como no caso de Carlos Enes, de fazer claque.
O artigo desta criatura não poderia ser mais elucidativo,
mesmo porque são gritantes as incorrecções e mentiras do seu conteúdo. Comparar
a reforma de 1945 com o AO de 1990 só pode indiciar um incontido desejo de
protagonismo mas, sobretudo, a vulnerabilidade das pessoas perante os humores
de um pequeno grupo de iluminados que, à falta de assunto ou consistência das
suas acções enquanto peças da engrenagem do poder, se entretém a tratar de temas tão respeitáveis e
delicados como o da nossa própria língua, como se estivessem a deliberar sobre
a forma, tamanho e consistência dos pepinos do espaço europeu ou do melão
branco de Almeirim.
De resto, correm ainda uma série de desenvolvimentos ao
nível da Assembleia da República sobre o AO. Não percebo, pois, uma cadeia de
procedimentos na implementação do mesmo, ao nível das escolas e da comunicação
social. Alguém me deveria, por exemplo, explicar porque é que a RTP tem uma
rubrica diária com uma repórter a ensinar aos cidadãos como se escreve, agora,
como deve ser.
E, não menos vexatório. Ainda acabamos, literalmente, a
escrever sozinhos, já que os outros países da CPLP não parecem estar muito
virados para o espetáculo que andamos a dar, com uma sucessão de fatos que só
atestam a nossa falta de convicção (conviqueção?) neste setor…
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Etiquetas: iluminados, intelectualismo de esferovite
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