domingo, março 02, 2014

Convictamente preguiçosos e snobes


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Tem um deputado, Carlos Enes de sua graça, que me chamou de convicto preguiçoso e snob. Basta ler aqui. Já agora, ler tudo para se perceber um pouco melhor a ligeireza e a lógica de quem se lembra de bulir com a língua portuguesa e, como no caso de Carlos Enes, de fazer claque.

O artigo desta criatura não poderia ser mais elucidativo, mesmo porque são gritantes as incorrecções e mentiras do seu conteúdo. Comparar a reforma de 1945 com o AO de 1990 só pode indiciar um incontido desejo de protagonismo mas, sobretudo, a vulnerabilidade das pessoas perante os humores de um pequeno grupo de iluminados que, à falta de assunto ou consistência das suas acções enquanto peças da engrenagem do poder, se entretém a tratar de temas tão respeitáveis e delicados como o da nossa própria língua, como se estivessem a deliberar sobre a forma, tamanho e consistência dos pepinos do espaço europeu ou do melão branco de Almeirim.

De resto, correm ainda uma série de desenvolvimentos ao nível da Assembleia da República sobre o AO. Não percebo, pois, uma cadeia de procedimentos na implementação do mesmo, ao nível das escolas e da comunicação social. Alguém me deveria, por exemplo, explicar porque é que a RTP tem uma rubrica diária com uma repórter a ensinar aos cidadãos como se escreve, agora, como deve ser.

E, não menos vexatório. Ainda acabamos, literalmente, a escrever sozinhos, já que os outros países da CPLP não parecem estar muito virados para o espetáculo que andamos a dar, com uma sucessão de fatos que só atestam a nossa falta de convicção (conviqueção?) neste setor

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