domingo, fevereiro 10, 2013

Sem eles... o caos, nem «no more I love you's»

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Não sou jornalista, não percebo nada de jornalismo. Mas porque adormeci com o televisor ligado, acordar com a semanal sessão de pornografia das meias noites de sábado e repetidas às sete da manhã do dia seguinte (Pedro Marques Lopes está cada vez melhor, «aquilo» já não é fake orgasm, aquilo já lhe vem das tripas e ombreia garbosamente com a «pluma caprichosa» e o Daniel), logo seguido de um boletim de notícias «à la» SIC Notícias, é receita demasiada para quem não dormiu nem por isso e precisava de mais uma horita de sono. Repare-se neste alinhamento das notícias das oito. Primeiro,  uns minutos, largos, de notícias fofinhas (para seguir o léxico da Helena Matos). Ele é o jantar de homenagem a Carlos Brito, ele é a aliança de esquerda, ele é a reconciliação de Soares com Alegre e Alegre, de voz embargada, citando esse encontro e a importância que ele teve no plano afectivo e no plano político para TODOS os portugueses, fustigados pela direita, ele é o Tó Zé Seguro regozijando-se por ter sido o indutor do encontro Soares/Alegre e a dizer que é um homem de diálogo e que fará sempre todos os esforços para manter os socialistas unidos ele é, ainda, Alegre dizendo que Portugal está numa situação gravíssima (só foi pena não ter dito porquê, porque ele sabe, ai sabe, sabe...), ele é Carlos Brito a fazer beicinho porque Jerónimo não foi ao jantar e a dizer que o momento português é grave e que a esquerda tem de se unir, ele é o Manuel Alegre outra vez, a dizer que a direita tem sido mais inteligente que a esquerda porque se une, ele é, enfim, uma fofura socialista e lânguida com que os socialistas gostam de acordar e com a qual gostariam que todos os portugueses, os que são como deve ser, deviam acordar. A seguir, o caos. O tremendismo deste governo de direita que nos come a carne e nos rói os ossos. Uma notícia dada em timbre adequado, tipo leitura de baixas numa operação de guerra, de que Carlos Moedas acha que o «corte» dos quatro mil milhões se fará sentir ainda este ano.

É nesta altura que me levanto mesmo e vou impregnar a cozinha e a sala com o aroma delicioso de um café fresquinho. Não há pachorra mesmo. E agora vou caminhar, para voltar a casa a tempo de ouvir a Lucy Pepper às 10 na TVI 24 falar sobre o PAPEL, uma iniciativa feliz de mais uma veterana da Blogger que acabou de lançar uma revista on-line.
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