Os meus carros (6) Opel Manta 1900 SR
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Corria o ano de 73 e dois carros dominavam o mercado. O BMW 2002 e o Ford Capri. Na vertente desportiva, a BMW via finalmente homologado em Grupo 1 o seu 2002 tii e o mesmo acontecia à Ford com o seu 2600 RS. Mas eram muito caros. E eis que um carro me fica no olho, o Opel Manta 1900 SR. Eu sabia que em Grupo 1 o carro não seria tão competitivo como a BMW e a Ford mas o carro tinha um design fantástico e apresentava várias características que faziam dele o compromisso ideal para carro de turismo e desporto, para isso bastando a instalação do «santo António», o arco de protecção interno.
Em pouco tempo um Manta 1900 SR verde azeitona metalizado, com um tejadilho em vinil e capô pintado de preto fosco, bem assim como aquele friso fininho ao longo da carroçaria, exactamente como na imagem acima, ocupava a minha garagem. O carro apresentava características novas em relação aos Opel, como fosse o conjunto de instrumentos e uma performance que se destacava dos Reckord e Kadett, de resto não muito fiáveis nesse particular.
O Manta cumpriu a sua missão com dignidade. Quer através de deslocações por toda a Angola, quer por via de uma honrosa participação no campeonato de grupo 1 onde rivalizou com os temíveis 2002 e Capris em praticamente todos os circuitos de Angola, incluindo as «6 horas de Nova Lisboa». No circuito de Novo Redondo, correndo nos lugares da frente intrometido entre seis (!!!!!)Bm’s e os Capris, sou voluntariamente abalroado e «empurrado» de traseira no «S» que antecedia a rampa da Câmara Municipal. Em pleno «S» e com a aderência reduzida naquela parte do circuito, dei duas cambalhotas completas até me imobilizar com o carro em pé, mas definitivamente arredado da corrida. Corrida que terminou ali, aliás, as corridas. Porque sem telemóveis, não havia como desmentir a notícia dada insistentemente pelo Rádio Clube do Huambo que anunciava eu ter morrido num aparatoso acidente da corrida. Notícia dada, de resto, por um correspondente que, segundo me disseram, me tinha visto no bar do hotel tomando um uísque.
Regressei a Nova Lisboa nessa noite onde pude comprovar que, tal como acontecera a Mark Twain, as notícias que me davam como morto eram razoavelmente exageradas.
Prometi a mim mesmo que não voltaria a correr, de resto pouco depois veio o 25 de Abril e se houve corrida que tive de fazer foi a caminho da África do Sul. Mas essa foi já uma corrida de resistência e não de velocidade pura.
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Corria o ano de 73 e dois carros dominavam o mercado. O BMW 2002 e o Ford Capri. Na vertente desportiva, a BMW via finalmente homologado em Grupo 1 o seu 2002 tii e o mesmo acontecia à Ford com o seu 2600 RS. Mas eram muito caros. E eis que um carro me fica no olho, o Opel Manta 1900 SR. Eu sabia que em Grupo 1 o carro não seria tão competitivo como a BMW e a Ford mas o carro tinha um design fantástico e apresentava várias características que faziam dele o compromisso ideal para carro de turismo e desporto, para isso bastando a instalação do «santo António», o arco de protecção interno.
Em pouco tempo um Manta 1900 SR verde azeitona metalizado, com um tejadilho em vinil e capô pintado de preto fosco, bem assim como aquele friso fininho ao longo da carroçaria, exactamente como na imagem acima, ocupava a minha garagem. O carro apresentava características novas em relação aos Opel, como fosse o conjunto de instrumentos e uma performance que se destacava dos Reckord e Kadett, de resto não muito fiáveis nesse particular.
O Manta cumpriu a sua missão com dignidade. Quer através de deslocações por toda a Angola, quer por via de uma honrosa participação no campeonato de grupo 1 onde rivalizou com os temíveis 2002 e Capris em praticamente todos os circuitos de Angola, incluindo as «6 horas de Nova Lisboa». No circuito de Novo Redondo, correndo nos lugares da frente intrometido entre seis (!!!!!)Bm’s e os Capris, sou voluntariamente abalroado e «empurrado» de traseira no «S» que antecedia a rampa da Câmara Municipal. Em pleno «S» e com a aderência reduzida naquela parte do circuito, dei duas cambalhotas completas até me imobilizar com o carro em pé, mas definitivamente arredado da corrida. Corrida que terminou ali, aliás, as corridas. Porque sem telemóveis, não havia como desmentir a notícia dada insistentemente pelo Rádio Clube do Huambo que anunciava eu ter morrido num aparatoso acidente da corrida. Notícia dada, de resto, por um correspondente que, segundo me disseram, me tinha visto no bar do hotel tomando um uísque.
Regressei a Nova Lisboa nessa noite onde pude comprovar que, tal como acontecera a Mark Twain, as notícias que me davam como morto eram razoavelmente exageradas.
Prometi a mim mesmo que não voltaria a correr, de resto pouco depois veio o 25 de Abril e se houve corrida que tive de fazer foi a caminho da África do Sul. Mas essa foi já uma corrida de resistência e não de velocidade pura.
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Etiquetas: Os meus carros
1 Comments:
Como entusiasta de clássicos Opel, e do Opel Manta em particular, adorei ler o relato das suas peripécias ao volante do Manta SR.
Correu com o Manta sem recorrer a nenhuma alteração mecânica, motor carburadores, ou amortecedores?
Fiquei curioso e gostava de saber se por acaso no seu baú de memorias não existirá uma foto ou recorte de jornal com o Manta SR verde nas corridas de Angola.
Já agora se quiser consultar o meu blogue:
http://opelmantaportugal.blogspot.pt/
Cumprimentos
Ricardo
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