O conforto do acompanhamento psicológico
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Antes de eu perceber bem o que se passara com o jovem que caiu de uma varanda em Llorett de Mar, já eu lia por tudo o que era jornal, ou ouvia pelas várias televisões, que os colegas e familiares do infeliz estudante já estavam a receber acompanhamento psicológico.
Numa sociedade oficialmente declarada doentinha e carecida dos cuidados de um big father a quem devemos permanecer atentos, veneradores e obrigados, esta ladainha do acompanhamento psicológico vulgarizou-se ao ponto de parecer que se alguém dá um espirro algures, do Estado salta um batalhão de psicólogos, sociólogos, psicanalistas, assistentes sociais, assistentes, coadjuvantes e outros funcionários para nos acompanhar com competência. A coisa adquire contornos graves quando muita gente acorda de manhã a pensar que têm de acompanhar crianças deprimidas, como neste caso, aqui referido pela Helena Matos.
É evidente que não se discute a necessidade do acompanhamento psicológico em certas situações de grande dramatismo, mas muitas vezes, se em vez de acompanhamento psicológico a posteriori se promovesse o acompanhamento preventivo a muitas situações causadoras de tragédias, fazer-se-ia muito melhor figura. Talvez alguns psicólogos fossem para o desemprego, mas se calhar morria menos gente e não se balizava a psique nacional pelo conforto de sabermos que nos pode morrer alguém por incúria de um qualquer responsável por qualquer coisa mas, graças a Deus, a seguir somos psicologicamente acompanhados.
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Antes de eu perceber bem o que se passara com o jovem que caiu de uma varanda em Llorett de Mar, já eu lia por tudo o que era jornal, ou ouvia pelas várias televisões, que os colegas e familiares do infeliz estudante já estavam a receber acompanhamento psicológico.
Numa sociedade oficialmente declarada doentinha e carecida dos cuidados de um big father a quem devemos permanecer atentos, veneradores e obrigados, esta ladainha do acompanhamento psicológico vulgarizou-se ao ponto de parecer que se alguém dá um espirro algures, do Estado salta um batalhão de psicólogos, sociólogos, psicanalistas, assistentes sociais, assistentes, coadjuvantes e outros funcionários para nos acompanhar com competência. A coisa adquire contornos graves quando muita gente acorda de manhã a pensar que têm de acompanhar crianças deprimidas, como neste caso, aqui referido pela Helena Matos.
É evidente que não se discute a necessidade do acompanhamento psicológico em certas situações de grande dramatismo, mas muitas vezes, se em vez de acompanhamento psicológico a posteriori se promovesse o acompanhamento preventivo a muitas situações causadoras de tragédias, fazer-se-ia muito melhor figura. Talvez alguns psicólogos fossem para o desemprego, mas se calhar morria menos gente e não se balizava a psique nacional pelo conforto de sabermos que nos pode morrer alguém por incúria de um qualquer responsável por qualquer coisa mas, graças a Deus, a seguir somos psicologicamente acompanhados.
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Etiquetas: acompanhamento psiclógico, Portugal moderno
2 Comments:
Verdade. Por outro lado, já viste as estatísticas dos suicídios em Portugal? não viste, pois não se publicam, nem se anunciam.
António
Eu não discuto a necessidade do acompanhamento psicológico. Apenas me eriço que ele seja usado como ferramenta política para que se instale na sociedade a ideia do «Estado paizinho»
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