Falando de «achar»
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Falando de achar, achamos tanto e poucos conhecerão o achar, a palavra usada na antiga Índia portuguesa para designar picles. Só que eu acho que o achar indiano é bem mais imaginoso que os nossos picles, sendo estes uma coisa assim tipo para os olhos comerem, porque na boca, seja cenoura, pepino ou couve flor, tudo aquilo sabe a vinagre. Já o achar tem a grande virtude de, para além de ter um sabor bem mais requintado que os nossos picles, ser diferenciável ao palato, quer se trate de achar de limão, de manga, de papaia ou de cebola.
E falando de achar, lembrei-me do velho Alexandre, um conceituado pedreiro de construção civil que trabalhou em minha casa durante cerca de 15 anos como cozinheiro (se explicar porque é que ele era pedreiro mas preferia ser cozinheiro fica o post muito grande...) que fazia assim:
Descascava mangas verdes e cortava às lascas. De seguida (ele lá saberia porquê, mas eu nunca lhe perguntei) metia as lascas em água a ferver durante dois ou três minutos, no fim do que as escorria muito bem e as colocava em sal grosso durante um dia. Ao fim desse dia retirava o sal e colocava as lascas ao sol durante dois dias, tendo o cuidado de recolher as lascas num pano durante a noite. Depois metia-las em frascos e juntava por cada frasco uma colher de mostarda, vinagre e açafrão. Há quem use uma pitadinha de piripiri, mas só mesmo um pouco para não adulterar. Depois... é olhar para a foto lá em cima e comer com o acompanhamento de um milhão de pratos. Por mim, eu achava o achar um manjar dos deuses. Mas há quem ache que não...
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Falando de achar, achamos tanto e poucos conhecerão o achar, a palavra usada na antiga Índia portuguesa para designar picles. Só que eu acho que o achar indiano é bem mais imaginoso que os nossos picles, sendo estes uma coisa assim tipo para os olhos comerem, porque na boca, seja cenoura, pepino ou couve flor, tudo aquilo sabe a vinagre. Já o achar tem a grande virtude de, para além de ter um sabor bem mais requintado que os nossos picles, ser diferenciável ao palato, quer se trate de achar de limão, de manga, de papaia ou de cebola.
E falando de achar, lembrei-me do velho Alexandre, um conceituado pedreiro de construção civil que trabalhou em minha casa durante cerca de 15 anos como cozinheiro (se explicar porque é que ele era pedreiro mas preferia ser cozinheiro fica o post muito grande...) que fazia assim:
Descascava mangas verdes e cortava às lascas. De seguida (ele lá saberia porquê, mas eu nunca lhe perguntei) metia as lascas em água a ferver durante dois ou três minutos, no fim do que as escorria muito bem e as colocava em sal grosso durante um dia. Ao fim desse dia retirava o sal e colocava as lascas ao sol durante dois dias, tendo o cuidado de recolher as lascas num pano durante a noite. Depois metia-las em frascos e juntava por cada frasco uma colher de mostarda, vinagre e açafrão. Há quem use uma pitadinha de piripiri, mas só mesmo um pouco para não adulterar. Depois... é olhar para a foto lá em cima e comer com o acompanhamento de um milhão de pratos. Por mim, eu achava o achar um manjar dos deuses. Mas há quem ache que não...
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Etiquetas: achar, coisas boas
2 Comments:
Um achado, está visto! Pelo menos quanto à curiosidade que desperta. Eu costumo imaginar os sabores e intuir quais os que se conjugam e esta, para mim, novidade, deixa-me cheia de vontade de a degustar.
Deu-me uma fome assim, gourmet
!!!
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