Martírio ocidentalizado
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Há alturas em que a nossa costelinha árabe aparece bem ao de cima das nossas idiossincrasias. O martírio parece ser um fenómeno bem à medida do que digo. E se noutras paragens o martírio se procura, se glorifica, e o mártir se despedaça motu próprio e acaba nos braços de não sei quantas virgens, aqui pela paróquia o martírio cai-nos no prato da sopa e glorificamo-lo entre as bastonadas da polícia. Digamos que este é um martírio que dói menos, mas rende muito mais. Já quanto às virgens, a coisa é mais complicada, a coisa aqui é mais polícia de um metro e noventa e botas cardadas. Mas também não se pode ter tudo.
Pelo meio fica o delírio da comunicação social, a verve inigualável da esquerda impoluta e as causas. Basta uma jovem frágil, bonitinha, de cabelos ao vento a ser «enxotada» pela polícia (ainda não consegui perceber se a mocinha apanhou a bastonada ou não) para surgirem os enxames de causas, muitos movimentos, muitos abaixo-assinados, petições e fúrias incontidas passados aos blogues, jornais, facebook e correlativos. E o martírio, ainda que ocidentalizado, instala-se.
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Há alturas em que a nossa costelinha árabe aparece bem ao de cima das nossas idiossincrasias. O martírio parece ser um fenómeno bem à medida do que digo. E se noutras paragens o martírio se procura, se glorifica, e o mártir se despedaça motu próprio e acaba nos braços de não sei quantas virgens, aqui pela paróquia o martírio cai-nos no prato da sopa e glorificamo-lo entre as bastonadas da polícia. Digamos que este é um martírio que dói menos, mas rende muito mais. Já quanto às virgens, a coisa é mais complicada, a coisa aqui é mais polícia de um metro e noventa e botas cardadas. Mas também não se pode ter tudo.
Pelo meio fica o delírio da comunicação social, a verve inigualável da esquerda impoluta e as causas. Basta uma jovem frágil, bonitinha, de cabelos ao vento a ser «enxotada» pela polícia (ainda não consegui perceber se a mocinha apanhou a bastonada ou não) para surgirem os enxames de causas, muitos movimentos, muitos abaixo-assinados, petições e fúrias incontidas passados aos blogues, jornais, facebook e correlativos. E o martírio, ainda que ocidentalizado, instala-se.
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Etiquetas: comunicação social, esquerda moderna
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