Os hieroglifos tinham acordo?
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Odeio (das tripas) que decidam sobre mim ou sobre a forma como vivo. E viver subentende a sujeição e, igualmente, o desfrute de um acervo de cultura a que todos nós, sem excepção, temos de estar sujeitos. A questão é que há iluminados. Há gente que acha que veio ao mundo para decidir pelos outros e deixar a sua própria marca de água. Mesmo que não tenham água nenhuma ou se trate de água inquinada.
Isto vem a propósito do acordo ortográfico, coisa com que, ao que parece, muito pouca gente se importa ou por que se interessa. Com excepção da Carla Trafaria que todos os dias nos ensina que à luz do novo acordo ortográfico as consoantes mudas são suprimidas da nova grafia lusófona.
Deve ser por isso que ontem, a propósito da primavera árabe que nunca mais deixa de dar flor no Cairo, eu li na RTP uma legenda, segundo a qual a desordem no Egito (Ó Carla, Egito sem «p» aqui no PC dá erro…) continuava. Vai daí lembrei-me como os egiti… egito…egi… xiça, peço à Carla Trafaria que me ensine, à luz do novo acordo ortográfico. Ou devo escrever que os egípcios, com «p», porque se lê, são os habitantes do Egito sem «p» porque não se lê?
Muitas vezes penso se andamos à mercê de gente pateta, ou distraída. Neste caso pode ser mesmo distracção (distração?). À luz da minha maneira de ver e desde logo, deve ser esse o paradigma.
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Odeio (das tripas) que decidam sobre mim ou sobre a forma como vivo. E viver subentende a sujeição e, igualmente, o desfrute de um acervo de cultura a que todos nós, sem excepção, temos de estar sujeitos. A questão é que há iluminados. Há gente que acha que veio ao mundo para decidir pelos outros e deixar a sua própria marca de água. Mesmo que não tenham água nenhuma ou se trate de água inquinada.
Isto vem a propósito do acordo ortográfico, coisa com que, ao que parece, muito pouca gente se importa ou por que se interessa. Com excepção da Carla Trafaria que todos os dias nos ensina que à luz do novo acordo ortográfico as consoantes mudas são suprimidas da nova grafia lusófona.
Deve ser por isso que ontem, a propósito da primavera árabe que nunca mais deixa de dar flor no Cairo, eu li na RTP uma legenda, segundo a qual a desordem no Egito (Ó Carla, Egito sem «p» aqui no PC dá erro…) continuava. Vai daí lembrei-me como os egiti… egito…egi… xiça, peço à Carla Trafaria que me ensine, à luz do novo acordo ortográfico. Ou devo escrever que os egípcios, com «p», porque se lê, são os habitantes do Egito sem «p» porque não se lê?
Muitas vezes penso se andamos à mercê de gente pateta, ou distraída. Neste caso pode ser mesmo distracção (distração?). À luz da minha maneira de ver e desde logo, deve ser esse o paradigma.
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Etiquetas: acordo ortográfico
7 Comments:
gostei da marca de água :)
Admito que a língua tem de evoluir, se assim não fosse ainda estaríamos numa miscelânea entre o latim e o celta (?) com uns laivos de árabe (?), mas daí a evoluir abruptamente e serem-nos impostas formas que não correspondem sequer à língua falada, parece-me no mínimo um absurdo intragável com o qual não pretendo fazer coro.
Hoje era a palavra "hectare". "Veja se sabe esta!" - gritava ela.
- Leva ou não leva "c"?
- Como o "c" se lê, então leva "c"!
Pel'alma da santa! Acudam-nos!...
E parabéns pelo blog, venho lê-lo todos os dias.;)
Também uso sempre o exemplo do Egito e dos egípcios. Por Horus!
Alexandra
Eu entendo, sem dificuldade, a necessidade da evolução da língua. Por isso a minha avó escrevia «ahí» e «pharmacia» e eu não. Só que entendo que a evolução de uma língua tem necessariamente que assentar em pressupostos científicos o que, decididamente, nãoo foi o caso presente, mais se saldando por uma autêntica feira de vaidades.
E mais, Alexandra. Quem conhecer razoavelmente a língua inglesa perceberá de imediato a diferença entre o nosso frenesi e a absoluta indiferença dos ingleses perante a «evolução» americana. Colour/color, fridge/refrigerator, lift/elevator, orientated/oriented são apenas alguns exemplos da miríade que existe. Para não falar em contracções e abreviaturas com o «ain't», por exemplo, que os ingleses pura e simplesmente ignoram!
Felizmente que tanto como os brasileiros como os angolanos e os moçambicanos precem estar imunes ao nosso frenesi!... :)))
fatima
Eu ouvi a do «hectare» :)))))
E obrigado pela sua simpatia. Por essas e por outras é que vou escrevendo qualquer coisa todos os dias. Há 7 anos! Nem que seja uma linha a dizer que não me apetece escrever linha nenhuma :)))
Zé Luís
É, realmente, um bom exemplo :)
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