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Casa de Sá Carneiro e a obra ilegal, mas que querem? O homem está a trabalhar!

Foto da RTP1

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Hoje de manhã deram uma pequena reportagem sobre a casa onde nasceu e cresceu Francisco Sá Carneiro, Até aqui, tudo normal. Mas depois, em pequena entrevista, a irmã mostra a imagem de um jardim onde ele brincava e conta que um empreiteiro (e vou tentar citar de cor, sem me rir nem me enervar) resolveu fazer um estaleiro para uma obra, ocupando ilegalmente uma parte da área do jardim da residência. A família apresentou uma queixa à Câmara. A Câmara parece que não sabia de nada e nada fez para ver o que se passava, pelo que apresentaram queixa ao tribunal. Passados quatro anos, com uma decisão favorável do tribunal e uma sentença que obrigava o empreiteiro a sair dali, o barracão lá continuava. A família, então, mete outra acção para execução de sentença. Aqui começa a minha estupefacção, eu pensava que havendo uma sentença transitada em julgado e não cumprida era uma simples acção de polícia. Não é. Como disse, a família meteu uma acção para execução da sentença. Passados dois anos o tribunal deu razão à queixosa, traduzindo por miúdos, o tribunal achou que a queixa daqueles que tinham ganho uma acção contra alguém que tinha feito uma construção ilegal em terreno privado era procedente. Com esta vitória na mão a família esperou sentada, porque o empreiteiro não levantou a tenda. A família dirigiu-se então, de novo à Câmara, já com um volumoso processo e vários anos depois. Na Câmara é informada que, entretanto, o empreiteiro tinha obtido uma autorização para construir o estaleiro. Mas depois… parece que não era bem assim, a autorização não era válida porque havia uma decisão do tribunal, mas parece que à altura não sabiam da decisão e deram a autorização… e o empreiteiro… e a portaria…. e, pois… o tribunal entretanto,,, e passados mais dois anos…. Claro, era isso que se queria… mas a Câmara… e … pois… e daí que a obra ainda lá está e o jardim está cortado ao meio com um estaleiro que fazia uma falta imensa e nunca se metam com quem está a trabalhar, que é o que me dizem quando interpelo alguém que me bloqueia o carro em estacionamento paralelo para descarregar uma caixa de água do Luso ou uma perna de carneiro em pleno horário útil: Ó chefe, não vê que estou a trabalhar?

Povo trabalhador é assim.

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