quarta-feira, junho 03, 2009

Esquecemo-nos de ir ao Mali negociar


Edwin Dyer, cidadão britânico assassinado no Mali que é para "nós" sabermos como elas nos mordem

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No Mali, um país que conheço razoavelmente e onde julgo saber que as pessoas estão tão interessadas na AlQaeda como na sarna bovina ou nas quotas de bacalhau da Noruega, mais um grupo de estrangeiros foi raptado, junto da fronteira com o Níger, e um deles terá sido morto agora. A sua execução mereceu esta obra prima de retórica dos heróicos militantes da causa islâmica:

"O prisioneiro britânico foi morto por forma a que ele, e com ele o estado britânico, possam provar uma pequena dose daquilo que os muçulmanos inocentes provam todos os dias, às mãos da coligação de judeus e cruzados".

Assim se fecha mais um capítulo desta “espécie” de guerra onde de um lado se faz “gato sapato” do outro e, aqui e ali, se corta a cabeça a um cidadão mais distraído ou no cumprimento dos seus deveres de trabalho, e do outro se espreme as meninges daqueles que vêem ao mundo convencidos da sua condição messiânica no tratamento dos problemas e das injustiças internacionais. Como, por exemplo, Ana Gomes e os seus pesadelos dos aviões da CIA ou Mário Soares e a sua dificuldade (não o deixam, é uma maçada) em fazer o que acha que deve ser feito – ou seja, negociar, negociar sempre. Até porque não há terroristas. Há é injustiçados que cortam umas cabeças de vez em quando, explodem estações de comboios ou torres de escritórios, porque se fartam de provar não sei quê cozinhado pelos cruzados e pelos judeus. Tivesse ele, Mário Soares, tido a oportunidade de negociar e já o prisioneiro britânico não teria provado etc., etc..

É por estas e por outras que esta rapaziada da esquerda moderna me provoca uma azia continuada.

Notícia aqui.

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