quinta-feira, junho 11, 2009

Bora todos para o Caramulo - mandou o Sr Ferreira


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Será possível passar a mensagem àquele senhor da Quercus (acho que se chama Ferreira) que é saudável e necessário uma pessoa ir de férias com a cabeça livre de peias ecológicas e politicamente correctas? Não basta uma pessoa ter o seu dia a dia mais ou menos dominado pelos conselhos diários do Sr. Ferreira de que deve apagar a luz da cozinha, usar lâmpadas económicas, condicionar a água do duche a quantidades ecologicamente aceitáveis, não lavar muitas vezes o carro, usar transportes públicos, visitar os ecopontos e comer produtos isentos de fito-fármacos e desenvolvidos em terrenos pobrezinhos porque isentos de adubos químicos ou, alternativamente, fertilizados com estrumes e outros produtos orgânicos, mesmo que isso traga uma carrada de ovos de parasitas e bactérias às culturas que, naturalmente, não podem depois ser tratadas?

É assim tão esquisito para a Quercus uma pessoa ir de férias sem pensar que deve ir ao Caramulo ao Hotel Rural (ele o disse…) porque tem aquecimento natural e dietas ecológicas? Seria possível passar a mensagem a esta gente que é saudável e necessário uma pessoa ir de férias e comer o que lhe apetece, de preferência uns pratos daqueles que fazem mal à saúde e tudo e tudo e tudo, aumentam o colesterol e apertam as coronárias e promovem a formação de ácido clorídrico no estômago e estar horas seguidas no banho? Porque é assim que eu acho que as férias devem ser. O resto, Quercus e senhores Ferreiras temos nós todos os dias e, mesmo distraídos, estamos a tomar o café da manhã e a ouvir os seus conselhos. Por isso a ideia de que quem vai de férias ou de fim-de-semana comprido se deva absolutamente alhear dos conselhos doentios do Sr. Ferreira. Senão um dia destes o Sr. Ferreira está a dizer como nos devemos vestir, a fazer um calendário de sexo (frequência e timing), horário e tempo máximo de banho e cardápio a preceito. Por isso o meu apelo é que mandemos o Sr. Ferreira dar uma volta ao bilhar grande (com uma máscara na boca e um frasquinho de colírio por causa do pó de giz) e passemos o fim-de-semana comprido a fazer o que nos der na real gana. De preferência, uma série de asneiras. Incluindo banhos longos e a degustação de pratos assassinos, cheios de colesterol, sal, açucares, lípidos e muitos, mas muitos hidratos de carbono. Coisas que, aparentemente, o tal Hotel Rural do Caramulo não pode oferecer. Provavelmente porque parece mal.
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