Tempestade perfeita?
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Maputo, 3 de Fevereiro de 2009, 23:00.
Foto de Eduardo Silva
Tempestade típica de Verão abatendo-se sobre a cidade, não faltando mesmo um raio a sul, lá para os lados de Catuane. Clicando na foto pode-se ver bem a 25 de Setembro inundada, bem assim como o largo do ministério do comércio e o Forte. Logo atrás, a entrada para o cais de cabotagem e um pouco mais atrás ainda o edifício isolado do ministério dos transportes.
Também se reconhece com facilidade o prédio da Emose, o Continental, o Scala, mais à frente, o BIM e a Casa Coimbra. Cá mais para o fundo da foto, o edifício dos CTT.
As tempestades desta época do ano formam-se normalmente a partir da concentração de massas de ar quente e seco vindas do Norte em rajadas de 30 a 40 nós. Estas massas de ar concentram-se a sul de Maputo por alturas da Ponta do Ouro ou, já em território sul-africano, em Richard's Bay e forma-se um centro de baixas pressões. Com os barómetros a descer vertiginosamente, o vento "vira" e sopra de Sul arrastando pesadas massas de humidade que se abatem impiedosamente sobre a cidade em chuvadas torrenciais. E a cidade, durante a tormenta, fica ainda mais bonita e coquete, e entrega-se ao Índico revolto num jogo de amores violentos. Ou não fosse África uma terra bruta. Tão bruta que nos marca brutalmente. Como provavelmente nenhuma outra parte do mundo.
Após a tormenta, o sol brilha de novo, a temperatura volta ao normal, as águas escorrem para o mar e as acácias e casuarinas readquirem a compostura. Maputo distende-se, de novo, lânguida, e retoma a serenidade, deixando-se então beijar pelas águas mornas do mar tranquilo com que ela namora todos os dias.
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Etiquetas: Maputo
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