" Do not disturb" o desmazelo nacional
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Há cerca de um mês a minha filha apanhou com uma árvore em cima da viatura, enquanto esperava calmamente por outra pessoa, em Algés. Veio a polícia, levantou-se um auto e o processo seguiu o seu caminho até aos dias de hoje, na Câmara Municipal de Oeiras.
Ponto da situação:
O carro ainda não está arranjado. Aguarda pacientemente nas oficinas da Citroën pelo desenrolar do processo. Porque:
- O processo levou mais de uma semana a seguir da PSP de Miraflores para Oeiras;
- Quando o processo chegou à polícia de Oeiras, ia com erros (vários e, na sua maioria, causados por negligência pura, tipo, ano da viatura que passou de 2008 para 2005, deficiente indicação do tipo de seguro e outras minudências);
- Depois de várias idas e vindas a Miraflores e muitos, mas muitos telefonemas, o processo lá chegou à PSP de Oeiras. Mesmo assim contendo erros o que diz bem da incapacidade de um polícia preencher uma folha A4 relatando um simples acidente;
- Relatório em Oeiras, havia que pedir uma cópia do processo. Ao fim de uns dias e € 8, o auto estava feito mas faltava assinar. Ir a despacho. Uma reacção mais decidida, tipo “não saio daqui sem o papel” lá desbloqueou a situação e a minha filha, feliz, de papel na mão foi para a Câmara de Oeiras. Entregue o processo, mandaram-ma telefonar “uns dias depois”;
- Várias vezes “uns dias depois”, a última informação de uma diligente amanuense foi de que o assunto estava autorizado e tinha de ser enviado à Mapfre. Interrogada sobre a razão por que o processo ainda não tinha sido enviado, a resposta adequada foi a expressão de sacrifício da funcionária que o melhor que achou para dizer foi “olhe, muita sorte tem eu estar aqui, porque mais de metade das pessoas não veio trabalhar e eu estou na hora do almoço”. Era segunda-feira de Carnaval…
Isto está relatado mais ou menos por alto. Já lá vai um mês e o carro aguarda num canto triste da oficina que os homens lhe tratem da saúde. É por esta e por outras que sempre que oiço Picanços e Avoilas defender as conquistas de tanta e tanta gente que, como obra curricular, apresenta o engenho de ter conseguido um emprego para a vida, me dá uma azia tremenda. Mais grave ainda é muitas destas pessoas serem incompetentes, malcriadas, desmazeladas e com uma total ausência de rigor e, tragicamente, não darem por isso.
Há cerca de um mês a minha filha apanhou com uma árvore em cima da viatura, enquanto esperava calmamente por outra pessoa, em Algés. Veio a polícia, levantou-se um auto e o processo seguiu o seu caminho até aos dias de hoje, na Câmara Municipal de Oeiras.
Ponto da situação:
O carro ainda não está arranjado. Aguarda pacientemente nas oficinas da Citroën pelo desenrolar do processo. Porque:
- O processo levou mais de uma semana a seguir da PSP de Miraflores para Oeiras;
- Quando o processo chegou à polícia de Oeiras, ia com erros (vários e, na sua maioria, causados por negligência pura, tipo, ano da viatura que passou de 2008 para 2005, deficiente indicação do tipo de seguro e outras minudências);
- Depois de várias idas e vindas a Miraflores e muitos, mas muitos telefonemas, o processo lá chegou à PSP de Oeiras. Mesmo assim contendo erros o que diz bem da incapacidade de um polícia preencher uma folha A4 relatando um simples acidente;
- Relatório em Oeiras, havia que pedir uma cópia do processo. Ao fim de uns dias e € 8, o auto estava feito mas faltava assinar. Ir a despacho. Uma reacção mais decidida, tipo “não saio daqui sem o papel” lá desbloqueou a situação e a minha filha, feliz, de papel na mão foi para a Câmara de Oeiras. Entregue o processo, mandaram-ma telefonar “uns dias depois”;
- Várias vezes “uns dias depois”, a última informação de uma diligente amanuense foi de que o assunto estava autorizado e tinha de ser enviado à Mapfre. Interrogada sobre a razão por que o processo ainda não tinha sido enviado, a resposta adequada foi a expressão de sacrifício da funcionária que o melhor que achou para dizer foi “olhe, muita sorte tem eu estar aqui, porque mais de metade das pessoas não veio trabalhar e eu estou na hora do almoço”. Era segunda-feira de Carnaval…
Isto está relatado mais ou menos por alto. Já lá vai um mês e o carro aguarda num canto triste da oficina que os homens lhe tratem da saúde. É por esta e por outras que sempre que oiço Picanços e Avoilas defender as conquistas de tanta e tanta gente que, como obra curricular, apresenta o engenho de ter conseguido um emprego para a vida, me dá uma azia tremenda. Mais grave ainda é muitas destas pessoas serem incompetentes, malcriadas, desmazeladas e com uma total ausência de rigor e, tragicamente, não darem por isso.
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Etiquetas: burocracia, desmazelo
6 Comments:
É triste. É MUITO triste.
A começar com aquilo dos erros ... completamente desnecessários e indesculpáveis porque reveladores de pouquíssima atenção ao trabalho, falta de profissionalismo ... enfim, é triste. É MUITO triste.
eu que estava tao bem disposta e feliz já fiquei com uma carga de nervos tremenda. É o lugar comum, bem sei, mas não consigo evitar o apelido de 'república das bananas'. ainda me dizem que em portugal se vive bem e se tem mais qualidade de vida...
Escrevi na altura que a história seria de resolução complicada.
Sinapse
Quando se está fora, este tipo de situações ganha uma dimensão diferente, não é?
Springhasasister
Há sol e cozido. O resto... é muito dicutível
:))
António de Almeida
E eu lembro-me. A questão é que a coisa nem foi complicada. Resolveu-se sem grandes dramas. O que é complicado é esta desesperante incompetência por parte de meia dúzia de funcionários relapsos...
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