Milú
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Portugal também teve namoradinhas. Agora, é que nem por isso. Mas teve. Tinha. Eu era um miúdo mas recordo-me bem da languidez e expressão reverencial perante uma das, ao que parece, mais bonitas mulheres portuguesas – Milú. Mesmo o meu pai, homem de apurado sentido de família, mulher, filhos, papagaio, histórias, aventuras, passeios e família, muita família, deixava escapar um indiscretíssimo brilho nos olhos sempre que se falava da Milú. Ocorre-me outros nomes da minha infância como a Maria de Lurdes Resende, a Maria José Valério, Maria de Fátima Bravo, Maria Clara e alguns outros, mas quando se ouvia falar em Milú era como se uma almofada de silêncio e solene recolhimento caísse sobre os mais velhos. E eu, miúdo, lá ia entendendo que o fascínio não tem idade. E que a noção de winners e loosers, mais tarde emulado nos Estados Unidos, fazia a sua própria escola, afinal, em todos os países do mundo, como se pode ver neste vídeo em que a menina bonita, de viva voz e muita graça estilhaça o patinho feio cheio de plumas e voz ridícula, tudo no meio da gritaria e arruaça dos presentes.
Milú faleceu ontem, em Cascais. Fez escola e era, dizem, muito bonita. Não conheci ninguém que dissesse o contrário.
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2 Comments:
Meu pai falou sobre ela ainda hoje. Também me falou da sua beleza.
Belo texto.
lucas santana
Fico sempre contente quando vejo que alguém lá de bem longe se digna ler este blog.
Uma braço e sim, já o meu pai dizia também que esta mulher era muito bonita.
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