Qualidade de vida
[1897]
Quando calha ter de me deslocar ao centro de Lisboa (à Baixa do meu encantamento de miúdo) e observo o surro das paredes dos edifícios, as tábuas a tapar janelas de prédios devolutos, magotes de gente indisciplinadamente espalhada pelas ruas e passeios, carros atravancados e a atravancarem, lixo, montinhos (ai os montinhos de pedras…) de pedras da nobre e horrorosa calçada lisboeta, os taipais das obras, as carrinhas a fazer entrega de pacotes de leite, bolos de arroz ou pernis de vacas e porcos aos ombros de uns quantos tipos suados e barulhentos (os lisboetas não falam, gritam…), os taxis barulhentos e a tingirem a atmosfera com o negro do “gasól”, as gruas, as lojas sujas e devolutas, os milhares de pombos a conspurcarem as ruas já conspurcadas com o cocó dos cães gigantescos que os portugueses insistem em ter em apartamentos minúsculos e umas centenas de turistas com ar aparvalhado a tirarem fotografias ao lixo e às obras, quando calha ter de passar por este cenário, dizia eu, é quando me lembro do conforto, da ordem e da qualidade de vida que transpiram de um café alemão. Que podia ser holandês. Ou Suíço. Austríaco, ou mesmo espanhol, aqui ao lado...
Quando calha ter de me deslocar ao centro de Lisboa (à Baixa do meu encantamento de miúdo) e observo o surro das paredes dos edifícios, as tábuas a tapar janelas de prédios devolutos, magotes de gente indisciplinadamente espalhada pelas ruas e passeios, carros atravancados e a atravancarem, lixo, montinhos (ai os montinhos de pedras…) de pedras da nobre e horrorosa calçada lisboeta, os taipais das obras, as carrinhas a fazer entrega de pacotes de leite, bolos de arroz ou pernis de vacas e porcos aos ombros de uns quantos tipos suados e barulhentos (os lisboetas não falam, gritam…), os taxis barulhentos e a tingirem a atmosfera com o negro do “gasól”, as gruas, as lojas sujas e devolutas, os milhares de pombos a conspurcarem as ruas já conspurcadas com o cocó dos cães gigantescos que os portugueses insistem em ter em apartamentos minúsculos e umas centenas de turistas com ar aparvalhado a tirarem fotografias ao lixo e às obras, quando calha ter de passar por este cenário, dizia eu, é quando me lembro do conforto, da ordem e da qualidade de vida que transpiram de um café alemão. Que podia ser holandês. Ou Suíço. Austríaco, ou mesmo espanhol, aqui ao lado...
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Etiquetas: Qualidade de vida
5 Comments:
Não é só o preço das casas que vai desertificando Lisboa, também, mas não só, este post é um bom exemplo.
looolllololololol! eis um Espumante vintage!
[... mas essa de incluir Espanha no rol ... só se for por figura de estilo, hipérbole! porque não é a realidade mais típica da vizinha Espanha, por muito que eu goste admire e respeite os espanhóis!]
Besitos,
Sinapse
... mas Lisboa, mesmo assim, é bela, encanta e conquista!!!!!!!
Não achas? mesmo assim? apesar disso tudo?
Beijinhos, para Lisboa!
Sinapse
antónio de almeida
É tudo junto, mas o demazelo a que se deixou chegar a cidade em todos os aspectos, contribui bastante, claro
sinapse
Mencionei Espanha de propósito. Apesar das diferenças (grandes) entre uma cidade espanhola e outras dos outros paises que mencionei, há empre uma diferença abissal entre as cidades espanholas e as nossas. Isto nos aspectos que referi, claro. E Espanha está aqui ao lado...
Quanto a gostar-se de Lisboa, pode-se gostar tanto como eu, mais é que não. Talvez por isso mesmo me custe ver a decrepitude, bagunça e desmazelo a que a cidade chegou.
beijinhos decrépitos
:)
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