terça-feira, outubro 17, 2006

Double speaking


[1266]

Um leitor do Abrupto escreveu este texto que JPP reproduziu no seu blogue:

"Já deve ter reparado que hoje, dia 16 de Outubro, o Governo manifestou um notável exercício de double speak. No primeiro caso os pais de uma escola pública em Sete Rios, Lisboa fecharam a cadeado a escola pois para 300 alunos existem apenas duas auxiliares de acção educativa. A DREL classificou o facto de "terrorista" e mandou a polícia repor a ordem. Também hoje, no Porto, um grupo de gente ligada ao teatro ocupou o Teatro Rivoli que é tutelado pelo município. A Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, afirmou tratar-se de uma "original e inovadora forma de luta" e até ofereceu os seus bons ofícios para "mediar" o conflito com a Câmara do Porto.É claro que se a Câmara do Porto fosse gerida pelo PS este último acto também seria "terrorismo", parece-me que como para bater em Rui Rio, e não sendo caso virgem, a ministra que por acaso também é do Porto prefere falar em originalidade e inovação das formas de luta.Típico Double-speak".

De tudo isto apetece-me enfatizar a atitude da ministra, também ela portuense, e já agora dizer-lhe, para usar argumentos já anteriormente arremessados pela “tribo”:

- A senhora ministra nunca escreveu uma peça de teatro, nunca cantou uma ária ou, pelo menos, um "levanta-te e ri" avulso. Por isso, não tem autoridade para falar.

7 Comments:

At 9:55 da manhã, Blogger asdrubal tudo bem disse...

"os animais são todos iguais mas há uns mais iguais do que outros"

 
At 12:11 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Gosto imenso de sarrabulho e mais ainda de caldeirada, mas nunca gostei de misturar alhos com bugalhos.

Os pais dos alunos da escola de Sete Rios, por muita razão que lhes assista, ao fecharem a escola a cadeado estão a prejudicar mais de 300 pessoas com a sua atitude, para além de não terem o direito de impôr a sua opinião (pois creio que não terão lá estado todos os pais, nem sequer a sua maioria) aos restantes.

No caso do Rivoli, os quarenta patuscos que decidiram ocupar simbólicamente o espaço, não impediram ninguém da fruição do mesmo, nem sequer perturbaram com o seu acto qualquer actividade programada por terceiros.

Pode discordar-se da sua atitude, mas querer comparar as duas situações, francamente, parece-me exagerado.

Abraços cá do Norte.

 
At 12:55 da tarde, Blogger 125_azul disse...

Sandes de coirato, túbaros na frigideira, feijoada à transmontana, jaquinzinhos e peixinhos da horta. Cultura. Filmes do Manuel de Oliveira. Cultura. Ocupação de teatros. Cultura.Escolas fechadas. "Descultura". Percebes agora a diferença?
Beijinhos

 
At 6:34 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

asdrubal tudo bem
Sempre assim foi

 
At 6:39 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

teófilo m
A Culturporto já apresentou uma queixa crime por não poder ou não conseguir levar a efeito os espectáculos que tinha programado, nomeadamente o Luis Represas. Isso é um indicação que a ocupação prejudica sim, ao contrário do que Teófilo diz. Por outro lado, eu penso que essa é uma forma redutora de encarar o problema. O que está em causa não é eles serem patuscos (nome seu) nem de prejudicarem ou não os espectáculos. É uma questão de ordem, de lei, e propriedade e de uma cidade como o Porto estar dependente dos humores ou doutrinas e um grupo de "patuscos", como você lhes chamou.
Enfim, modos de ver as coisas.
Um abraço sulista

 
At 6:39 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

125_azul

Percebo, sim, mas olha que "não te podes enervar"...
:))))
Beijinhos

 
At 12:23 da tarde, Blogger Teófilo M. disse...

Pois é meu caro espumante, a Culturporto, como você me diz, irá apresentar uma queixa-crime por não se poder realizar um espectáculo, que a mesma não tinha anunciado para aquele mesmo espaço, como se poderá ver no respectivo site o que não deixa de ser curioso, mas a CMP ou a CULTURPORTO, também poderiam ter chamado a polícia, como fez a DRL ou não será assim?

Quanto à fruição dos espaços, foi a CULTURPORTO que os encerrou por ter achado que não existia segurança para os seus eventuais utentes.

Quanto ao espectáculo, foi transferido para a Casa da Música, o que não deve ter sido grande transtorno para quem esteve e pode assistir ao evento, para além de ser mais moderno e mais cómodo.

Dificilmente a CMP, ou o seu braço cultural (CULTURPORTO), poderão deixar de ser responsabilizados por não terem tomado as medidas convenientes e oportunas, preferindo o circo mediático para prestar, mais uma vez, um mau serviço à cidade. apoiando-se na plataforma que os ditos patuscos infantilmente lhe proporcionaram.

125_azul, vai para aí uma grande confusão, pois não é "descultura" o encerramento de escolas, apenas incultura, do mesmo modo que o é a ocupação de teatros, bem como o seu apoio pela ministra do pelouro.

Saudações nortenhas

 

Enviar um comentário

<< Home