A pandilha
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Eu leio a Clara Ferreira Alves. Nem sempre gosto, mas leio. É um bocadinho como a minha mãezinha que só gosta de carne, mas come peixe cozido de vez em quando por causa do fósforo.
A verdade é que nesta última crónica dela no Expresso, dei por mim a ficar interessado. A conhecida plumitiva, mesmo reconhecendo-se caprichosa, ia desfiando umas quantas questões sobre a actual situação do perigoso mundo que estamos a legar aos nossos filhos. Que "o mundo não estava preparado para um segundo mandato de Bush. Que a pandilha insana que o aconselha, somada à tacanhez criminosa de Dick Chenney mais o resto dos neocons munidos de fogo e de desejo de incendiar o mundo ia tirando proveito de americanos assustados com o colesterol e com o antrax enquanto se entretinha a democratizar o Médio Oriente, reescrevendo o mapa da região com bandeirinhas americanas em lugares de onde jorrasse democracia e petróleo".
Estas tiradas lamentavelmente demagógicas, provindas de gente que, pela sua inteligência e formação intelectual, tinha obrigação de não misturar convicções e populismo com a realidade e cenários factuais são frequentes na nossa comunicação social e eu confesso que já não vou tendo paciência para esta intelectualidade de esferovite que nos é ministrada todos os dias em pacotilhas moralistas, sábias, correctas e iluminadas. Mas acontece que o texto de Clara Ferreira Alves apontava para um desfecho em que as soluções iam aparecer lá para o fim da crónica, fluidas e cristalinas, eficientes, seguras e justas. Daí que tenha continuado a leitura, verificando, afinal, que a situação é de fácil solução, apesar da pandilha de Bush e do político mais cínico que a Inglaterra teve desde Thatcher. Clara acha que bastaria “repensar o mundo à luz de novas coordenadas e dos novos perigos e perceber a necessidade de inventar uma coexistência que não sendo pacífica não tem que ser sempre bélica”.
Coisa mais fácil e mais simples não há. Chama-se o “pessoal” do Hezbollah, do Hamas, da Al Qaeda, da Síria, do Irão, mais uns paisanos que apareçam na ocasião, repensamos todos as coordenadas e inventamos uma coexistência que nos poupe à pandilha de Bush e dos americanos que se assustam muito com o colesterol e o antrax e nem sequer sabem geografia e "prontes", está tudo resolvido. Aqui e ali pode aparecer uma dificuldadezinha mas em última análise temos sempre o especialista em negociações com terroristas, Mário Soares, que até anda meio desocupado e pode fazer uma perninha.
Apetece dizer merda mas não digo, porque nem ela esta gente merece!
Eu leio a Clara Ferreira Alves. Nem sempre gosto, mas leio. É um bocadinho como a minha mãezinha que só gosta de carne, mas come peixe cozido de vez em quando por causa do fósforo.
A verdade é que nesta última crónica dela no Expresso, dei por mim a ficar interessado. A conhecida plumitiva, mesmo reconhecendo-se caprichosa, ia desfiando umas quantas questões sobre a actual situação do perigoso mundo que estamos a legar aos nossos filhos. Que "o mundo não estava preparado para um segundo mandato de Bush. Que a pandilha insana que o aconselha, somada à tacanhez criminosa de Dick Chenney mais o resto dos neocons munidos de fogo e de desejo de incendiar o mundo ia tirando proveito de americanos assustados com o colesterol e com o antrax enquanto se entretinha a democratizar o Médio Oriente, reescrevendo o mapa da região com bandeirinhas americanas em lugares de onde jorrasse democracia e petróleo".
Estas tiradas lamentavelmente demagógicas, provindas de gente que, pela sua inteligência e formação intelectual, tinha obrigação de não misturar convicções e populismo com a realidade e cenários factuais são frequentes na nossa comunicação social e eu confesso que já não vou tendo paciência para esta intelectualidade de esferovite que nos é ministrada todos os dias em pacotilhas moralistas, sábias, correctas e iluminadas. Mas acontece que o texto de Clara Ferreira Alves apontava para um desfecho em que as soluções iam aparecer lá para o fim da crónica, fluidas e cristalinas, eficientes, seguras e justas. Daí que tenha continuado a leitura, verificando, afinal, que a situação é de fácil solução, apesar da pandilha de Bush e do político mais cínico que a Inglaterra teve desde Thatcher. Clara acha que bastaria “repensar o mundo à luz de novas coordenadas e dos novos perigos e perceber a necessidade de inventar uma coexistência que não sendo pacífica não tem que ser sempre bélica”.
Coisa mais fácil e mais simples não há. Chama-se o “pessoal” do Hezbollah, do Hamas, da Al Qaeda, da Síria, do Irão, mais uns paisanos que apareçam na ocasião, repensamos todos as coordenadas e inventamos uma coexistência que nos poupe à pandilha de Bush e dos americanos que se assustam muito com o colesterol e o antrax e nem sequer sabem geografia e "prontes", está tudo resolvido. Aqui e ali pode aparecer uma dificuldadezinha mas em última análise temos sempre o especialista em negociações com terroristas, Mário Soares, que até anda meio desocupado e pode fazer uma perninha.
Apetece dizer merda mas não digo, porque nem ela esta gente merece!
6 Comments:
Já vi que regressaste bem. Ainda bem.
Só passei para deixar uma beijola surpresa, bronzeada e cheia de água salgada. Chuac!
Ai! Ainda bem que não disseste merda...
Beijinhos, cuidado com o colesterol
Meu caro Espumante, sobre essa crónica da CFA (como, aliás, tudo o mais que ela escreve), apenas posso dizer, como o outro: não li e não gostei.
Nem sabe a felicidade que tal facto me dá...
Um abraço.
carlota
Iap, já regressei a penates.
Goza bem as férias
Beijolas
125_azul
Imagina se dissesse.
P.S. Com que então... disparates sérios, hein???
:)))
Beijinho
torquato da luz
Simplesmente lamentável...
Há situações que deviam estar sujeitas a imposto
:))
Um grande abraço e espero que tenha gozado umas boas férias.
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