Dominar o sonho...
O Céu da noite africana. Distingue-se, com facilidade, o Cruzeiro do Sul.
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Tenho andado a correr. Talvez por isso, esta noite sonhei que estava numa esplanada africana a comentar para uma amiga neófita nestas latitudes a miríade de estrelas a brilhar intensamente num céu escuro sem lua, mas com tanta intensidade que quase se diria haver luar, num quadro só possível no hemisfério-sul (Laura, isto leva hífen?). A recém-chegada a paragens austrais dizia-me estar a assistir a um espectáculo de luz e de cor como ela não imaginaria poder existir.
No meio da conversa, puxei de um cigarro. Acendi-o com deleite e inspirei profundamente uma golfada de fumo que parece que contém mil coisas que matam mas também um milhão de partículas de felicidade. E falávamos e olhávamos para o céu e víamos as estrelas e eu fumava. De repente sonhei que estava a sonhar – percebi nitidamente que o sonho era sonho, embora o cigarro me parecesse tão real e, consciente da minha condição de transgressor da decisão de ter deixado o cigarro há dez meses, achei-o divinalmente retemperador. A amiga com que sonhei era conhecida, não era fictícia, apesar de ser uma pessoa pouco dada a êxtases de contemplação de estrelas. Quando me apercebi do sonho, “decidi” que não acordaria antes de acabar o cigarro nem de explicar a essa amiga os segredos que fazem com que os céus do hemisfério-sul sejam diferentes, feéricos, silenciosos e muito brilhantes. Juntamente com uma sensação muito real de grandeza, de espaço libertador, sobretudo quando vivemos em espaços limitados em que só vemos bocadinhos de céu, apertados na malha urbana onde já nem nas estrelas reparamos.
Acabei o cigarro, a minha amiga adormecera e eu achei que podia, finalmente, acordar.
Tenho andado a correr. Talvez por isso, esta noite sonhei que estava numa esplanada africana a comentar para uma amiga neófita nestas latitudes a miríade de estrelas a brilhar intensamente num céu escuro sem lua, mas com tanta intensidade que quase se diria haver luar, num quadro só possível no hemisfério-sul (Laura, isto leva hífen?). A recém-chegada a paragens austrais dizia-me estar a assistir a um espectáculo de luz e de cor como ela não imaginaria poder existir.
No meio da conversa, puxei de um cigarro. Acendi-o com deleite e inspirei profundamente uma golfada de fumo que parece que contém mil coisas que matam mas também um milhão de partículas de felicidade. E falávamos e olhávamos para o céu e víamos as estrelas e eu fumava. De repente sonhei que estava a sonhar – percebi nitidamente que o sonho era sonho, embora o cigarro me parecesse tão real e, consciente da minha condição de transgressor da decisão de ter deixado o cigarro há dez meses, achei-o divinalmente retemperador. A amiga com que sonhei era conhecida, não era fictícia, apesar de ser uma pessoa pouco dada a êxtases de contemplação de estrelas. Quando me apercebi do sonho, “decidi” que não acordaria antes de acabar o cigarro nem de explicar a essa amiga os segredos que fazem com que os céus do hemisfério-sul sejam diferentes, feéricos, silenciosos e muito brilhantes. Juntamente com uma sensação muito real de grandeza, de espaço libertador, sobretudo quando vivemos em espaços limitados em que só vemos bocadinhos de céu, apertados na malha urbana onde já nem nas estrelas reparamos.
Acabei o cigarro, a minha amiga adormecera e eu achei que podia, finalmente, acordar.
11 Comments:
Que sonho tão Freudiano... ainda bem que eu sou Gestalterapeuta, senão fazia aqui a interpretação e...
Beijinhos. Continua a sonhar, é o que alimenta a vida.
Oh, que inveja!...
Adorava poder 'decidir' continuar certos sonhos com essa facilidade.
Geralmente, a coisa comigo funciona ao contrário. De vez em quando, tenho pesadelos. Enquanto o pesadelo decorre, tenho consciência de que estou a dormir e esforço-me por acordar. Na maior parte das vezes, sem qualquer resultado...
A coisa ocorre com tal frequência, que já desenvolvi um truque para acordar. Tento gritar o mais alto que posso, apesar de saber que, na realidade, apenas vou conseguir emitir uns lamentos abafados. Contudo, são suficientes para o Chefe ouvir e me acordar. E assim acabam os pesadelos! :)
Beijola.
Naquela noite, o céu africano estava especialmente bonito.
___
Acho que é uma boa questão para colocar no “Ciberdúvidas”.
Mas, da mesma forma que escrevo Olivais Sul e não Olivais-Sul, também optaria por hemisfério sul. Talvez as duas formas sejam correctas.
Beijinhos
A primeira vez que vi a estrela Cruzeiro do Sul foi em Moçambique.
Um dos mates do Hotel organizou para o nosso grupinho uma excursão nocturna à praia: fogueira, caipirinhas, e umas mantas onde nos deitámos a olhar para o céu estrelado.
Já não me lembrava de ver o céu tão estrelado, tão perto ... lembro-me de ter acampado uma vez no Gerês, e ficar deslumbrada com o céu estrelado ... e em Jericoacoara, também pude admirar um céu imenso de beleza ... mas em Bazaruto, vi o Cruzeiro do Sul ... e vi a constelação de Escorpião!! ... tão bem desenhado, o escorpião! lindo!
:))
Beijinhos de boa viagem, e até à volta,
Sinapse
125_azul
gestalterapeuta? Eu sabia... eu sabia que não eras perfeita :)))
Beijinhos
Carlota
A situação que contas é, creio, muito comum. Está aliás excelentemente descrita. O meu caso é diferente, como vês... não é pesadelo, é estar a sonhar e saber que estou a sonhar... a 125 chamou-lhe freudiano, eu não concordo muito, mas ela é que tem os livros :)) De qualquer forma, apesar do texto mais ou menos pobrezinho, the fact remains. Sou capaz de sonhar e perceber quee estou a sonhar :)))
beijola
Laura Lara
E se for Olivais Norte ?
:))))
Beijinho
Sinapse
praia, fogueira, caipirinha e viola. Já fiz muito disso. Depois, putos na cabine do barco a dormir e o resto do grupo dorme por onde calha. Não me faças lembrar coisas tristes...
:))
Obrigado pelos votos, mas só vou amanhã. Boa viagem para ti também e beijinho
dá vontade de conhecer o céu visto de África, coisa que ainda não consegui.
O sonho comanda a vida, já lá diz a canção...
Luisa
Estão lá todos. O céu, os cheiros, as cores...
:))))))
fora das mãos.
Um post por mês não vale
:)))
Obrigado pela visita
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