terça-feira, abril 26, 2005

Camas e Enxergas





[336] - Correia de Campos e Vítor Melícias embrenharam-se numa disputa edificante. Parece que havia camas a ceder pela Misericórdia a acudir às necessidades dos hospitais, para acamar idosos. Parece que o protocolo previa o pagamento das camas, fossem ou não utilizadas. Parece que Correia de Campos diz que não é médico mas que sabe que dar uma cama a um idoso é como lhe dar uma enxerga. Parece que o padre Melícias disse que não era gestor mas que sabia que uma cama não era enxerga coisa nenhuma. Pareceu-me uma data de coisas e digo pareceu-me porque ouvi isto na TSF durante a exasperante meia hora que gastei para percorrer cerca de 500 metros em frente à entrada principal do Hospital de Santa Maria. Cheia. Blocked. Entupida. Flocked. Jammed. Parece que tudo isto por causa do sistema de acesso mais idiota e cretino (e potencialmente criminoso) que conheço e permite que se mude de direcção, inverta a marcha, tudo no meio de um mar de carros por cima dos passeios, praça de taxis, peões a atravessar por entre os carros e, com sorte e um dia destes, umas velhinhas a vender pevides e tremoços. Parece que Correia de Campos disse que não é médico... mas é ministro e se tem autoridade para intervir num caso de camas da Misericórdia (enriquecimento sem prestação de serviços, palavras dele...), de que é que ele está á espera para intervir junto da Câmara Municipal, GNR, Polícia Municipal, Governo, sei lá... alguém que “repare” naquela xoldrice do acesso ao hospital de Santa Maria. Parece que em Bombaim é assim, mas na Índia os ministros da saúde não se zangam com padres e todos sabemos que é um país atrasado. Quando é nos “enxergamos”?

Adenda: Um pouco mais á frente, há uma rua exactamente entre a Reitoria da Universidade Clássica e a Faculdade de Direito. Esta rua tem duas faixas e um sinal de “Paragem Proibida”. Atenção, eu disse paragem proibida, não disse estacionamento proibido. Há cerca de dois anos que ali passo com alguma regularidade. A rua em questão tem uma faixa permanentemente ocupada por uma fila de dezenas de carros estacionados. Ora as vias que nela convergem têm toda duas faixas que afunilam ali. Isto explica também a balbúrdia dos acessos ao Santa Maria. Será assim tão difícil reparar naquilo e actuar?

5 Comments:

At 10:51 da tarde, Blogger Madalena disse...

Lá perdi o comentário! E até já ia grande... a lamentar o caos que ainda piora (?) com a chuvas, nessa zona da cidade, junto a um hospital...
Ainda ouves os ministros? Eu mudo de posto!!! O que contas revolta-me pois ainda há pouco tempo passei pela situação de doença do meu pai e sei bem a necessidade de ter um idoso bem instalado e com conforto.
Nem vale a pena dizer mais nada. Só que nos dói na pele é que a gente sente.
Deus queira que nunca cheguemos à Índia, a essa Índia de pobreza extrema.
Beijinhos!!!

 
At 12:13 da manhã, Anonymous Anónimo disse...

Hoje mesmo passei na Cidade Universitária, onde fiz uma visita à Torre do Tombo. Terminada a visita, chamei um táxi, que demorou quarenta e cinco minutos a chegar (da praça de táxis do Hospital de Santa Maria à Torre do Tombo!). Mais outro tanto e um pouco mais para chegar aos Olivais. Não há paciência que aguente aquele descalabro de trânsito, nem paciência que resista a ouvir discussões estéreis de ministros. Que Deus ajude o Padre Melícias a resolver a sua contenda e já agora que ilumine as cabeças governantes para a solução de tantos problemas de Portugal.

 
At 11:16 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Madalena
À Índia podemos não ter chegado. Mas que isto está entregue aos "índios" lá isso está...
:))

 
At 11:19 da manhã, Blogger Nelson Reprezas disse...

Laura Lara

Que Deus ajude o padre Melícias e, já agora, se nos puder ajudar também, ficaria eternamente agradecido :))

Olivais... :)Bairro da Encarnação... :) sounds familiar.

 
At 3:28 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

It does indeed. Rua Cidade da Beira, perto dos Bombeiros da Encarnação. Não tivesse eu nascido na Beira, Moçambique.

 

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