A pedra professoral
Confesso que mantenho algumas reservas e dúvidas sobre a atribuição
do cheque-ensino. Ainda penso que esse dinheiro poderia ser usado de forma mais
abrangente na melhoria do ensino público, mas um considerável número dos
professores que temos vai-se encarregando de me convencer do contrário.
Na verdade, desde manifestações de professores com Ches no
peito e postura menchevique, passando pelo eterno Nogueira a queimar papéis e
berrando as cassetes do costume, até às recentes e chocantes imagens de
professores forçando entradas, partindo vidros, invadindo salas de escolas onde
as provas de avaliação se processavam, rasgando provas, berrando e entoando «grândolas»,
«a luta continua», «professores unidos jamais serão vencidos» e «esta escola
não é tua, Crato para a rua», vi de tudo um pouco e compreendi que muitos pais
haverá que gostariam de poupar os seus filhos à acção deste gentinha graduada
que acha que um diploma é um contrato de trabalho vitalício entre o Estado e
eles próprios, para além de que as criancinhas têm de ser inoculadas, de
pequeninas, com a revolução.
Foram imagens degradantes as que fui vendo ao longo destes
dias. Quanto à natureza das provas, vi o conteúdo de algumas. E se muitas delas
me pareceram mais ou menos aviltantes pelo conteúdo demasiado simples para ser
questionado a professores, por outro talvez nos surpreendêssemos pela
quantidade daqueles que não saberiam resolver os problemas apresentados. Quiçá,
até, redigir as respostas, tantas têm sido as vezes que já vi professores
escrever tipo já brincaste, brincás tracinho te…
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Etiquetas: brincar com coisas sérias, manifs, professores, protestos
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