domingo, novembro 17, 2013

As malfeitorias das redes sociais vs a escola de virtudes dos jornais de referência


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«Nunca gostei do mundo da blogosfera e das “redes sociais”, que é um repositório de iliteracia e de irresponsabilidade…» diz Vasco Pulido Valente, uma das derradeiras razões para eu comprar o Público ao fim de semana.

Dando de barato que VPV poderá até ter alguma razão no que diz, admira-me aquilo que eu chamaria talvez de pusilanimidade na forma como ele ignora a triste realidade dos jornais, sendo que o Público, onde ele escreve, será mesmo um exemplo vivo das mesmas «malfeitorias» que VFV aponta à blogosfera.

A blogosfera pelo menos é gratuita. Só a lê quem quer e nem é muito difícil acabar por reconhecer onde mora a seriedade, o talento e, ao contrário, a mentira e a manha. São por demais conhecidos os blogues falsos, encapotando personagens sinistras numa espécie de ordem unida por mor dos seus mentores. E, conhecendo-os, passamos bem sem  os ler. Já os jornais custam dinheiro e não vejo em que poderão ser mais meritórios que os blogues, padecem da mesma maleita e acresce o factor não despiciendo de muitos dos jornalistas se ajustarem à verdade do próprio jornal. Uns porque têm medo e precisam do dinheiro. Outros porque anseiam ser putativos «galarós» do regime e outros, ainda, porque são simplesmente cretinos. Enquanto que em muitos dos blogues, as pessoas escrevem porque querem, porque gostam e lhes apetece e não têm medo que lhes cortem a mesada que não existe. Daí que me pareça que VPV se precipitou. Não será por isso que deixarei de o ler, já que o admiro bastante, mesmo quando atacado de nervoso miudinho.

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