As malfeitorias das redes sociais vs a escola de virtudes dos jornais de referência
«Nunca gostei do mundo da blogosfera e das “redes sociais”, que é um repositório de iliteracia e de irresponsabilidade…» diz Vasco Pulido Valente,
uma das derradeiras razões para eu comprar o Público ao fim de semana.
Dando de barato que VPV poderá até ter alguma razão no que
diz, admira-me aquilo que eu chamaria talvez de pusilanimidade na forma como
ele ignora a triste realidade dos jornais, sendo que o Público, onde ele
escreve, será mesmo um exemplo vivo das mesmas «malfeitorias» que VFV aponta à
blogosfera.
A blogosfera pelo menos é gratuita. Só a lê quem quer e nem
é muito difícil acabar por reconhecer onde mora a seriedade, o talento e, ao contrário,
a mentira e a manha. São por demais conhecidos os blogues falsos, encapotando
personagens sinistras numa espécie de ordem unida por mor dos seus mentores. E,
conhecendo-os, passamos bem sem os ler.
Já os jornais custam dinheiro e não vejo em que poderão ser mais meritórios que
os blogues, padecem da mesma maleita e acresce o factor não despiciendo de
muitos dos jornalistas se ajustarem à verdade do próprio jornal. Uns porque têm
medo e precisam do dinheiro. Outros porque anseiam ser putativos «galarós» do
regime e outros, ainda, porque são simplesmente cretinos. Enquanto que em muitos
dos blogues, as pessoas escrevem porque querem, porque gostam e lhes apetece e
não têm medo que lhes cortem a mesada que não existe. Daí que me pareça que VPV
se precipitou. Não será por isso que deixarei de o ler, já que o admiro
bastante, mesmo quando atacado de nervoso miudinho.
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Etiquetas: comunicação social
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