Yamm, Yamm, ou uma saudade doce de ter
Circunstancialmente,
dava para ir almoçar com a minha mãe. Apontei o carro a sua casa e a cinco minutos
de chegar liguei para o telemóvel dela. Atendeu-me a empregada, disse-lhe para
avisar a mãe que iria almoçar com ela. E a resposta chegou, dando-me conta que não
dava porque a mãe tinha ido fazer as unhas e ao cabeleireiro e almoçava num
restaurante perto do cabeleireiro.
Este
seria um episódio banal se a minha mãe não tivesse 94 anos. Como tem, acho que
não é banal, mesmo dando de barato que quando ela sai fá-lo em companhia da
empregada. E, por isso, é bom de registar.
Como
resultado emergente fui ao Doce Estrela, um restaurante pequeno que tem tanto de
mau gosto no nome como de bom gosto (literalmente) na comida e onde
regularmente eu almoçava durante cerca de 16 anos em que trabalhei para uma
empresa com escritório perto. E acabei comendo um caldo verde daqueles à moda
do «caldo verde fresquinho a fumegar na tigela», uns saborosos filetes de
linguado e um portuguesíssimo e divinal arroz de legumes. Comi, regalei-me e no
fim, já no café, o Sr. Vitorino trouxe-me um pastel de nata com canela. Torci o
nariz e perguntei-lhe se ele não tinha reparado que eu tinha pedido um café com
adoçante. Ele disse que era à conta da casa. Não havia como resistir e degustei
o pastel de nata que é, quiçá, o melhor de Lisboa.
Lamentavelmente,
não encontrei nenhum dos meus antigos colegas.
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Etiquetas: coisas boas
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