quarta-feira, novembro 13, 2013

Yamm, Yamm, ou uma saudade doce de ter



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Circunstancialmente, dava para ir almoçar com a minha mãe. Apontei o carro a sua casa e a cinco minutos de chegar liguei para o telemóvel dela. Atendeu-me a empregada, disse-lhe para avisar a mãe que iria almoçar com ela. E a resposta chegou, dando-me conta que não dava porque a mãe tinha ido fazer as unhas e ao cabeleireiro e almoçava num restaurante perto do cabeleireiro.
Este seria um episódio banal se a minha mãe não tivesse 94 anos. Como tem, acho que não é banal, mesmo dando de barato que quando ela sai fá-lo em companhia da empregada. E, por isso, é bom de registar.
Como resultado emergente fui ao Doce Estrela, um restaurante pequeno que tem tanto de mau gosto no nome como de bom gosto (literalmente) na comida e onde regularmente eu almoçava durante cerca de 16 anos em que trabalhei para uma empresa com escritório perto. E acabei comendo um caldo verde daqueles à moda do «caldo verde fresquinho a fumegar na tigela», uns saborosos filetes de linguado e um portuguesíssimo e divinal arroz de legumes. Comi, regalei-me e no fim, já no café, o Sr. Vitorino trouxe-me um pastel de nata com canela. Torci o nariz e perguntei-lhe se ele não tinha reparado que eu tinha pedido um café com adoçante. Ele disse que era à conta da casa. Não havia como resistir e degustei o pastel de nata que é, quiçá, o melhor de Lisboa.

Lamentavelmente, não encontrei nenhum dos meus antigos colegas.


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