Ainda Soares
Houve tempo em que este homem foi objectivamente responsável
por um período negro da nossa história, no qual demonstrou um total desrespeito
pelos mais elementares valores da vida humana, incluindo ela própria, a vida
humana. E dizer-se isto era levado à conta de um perigoso «fassismo» e de um
desejo encapotado de que os cidadãos residentes nas ex-colónias sonhavam com um
Portugal uno e indivisível, com os portugueses de Timor a dançar o vira
minhoto. Nada de mais falso, a maioria dos portugueses das ex-colónias tinha a
noção exacta da necessidade de mudança, mas que tudo isso se fizesse no
respeito absoluto pela vida e valores dos portugueses e dos povos africanos.
Da histeria do momento, e consumada a tragédia que se
conhece, Soares ganhou estranhamente a auréola de salvador da pátria por ter
mandado uns berros na Alameda e alimentou, sábio, a condição de senador, mau
grado as inúmeras trampolinices em que se envolveu e a demonstração da mais
cavernosa incompetência na condução dos destinos deste país. Hoje, idoso, goza
de uma halo de simpatia e tolerância que lhe permite dizer o que lhe vem à cabeça.
Nada de mal viria ao mundo se o que diz fosse minimamente estruturado e honesto.
Mas não é o caso. Soares refinou uma dinâmica caldeada no ódio e no
ressabiamento e que o leva a demonstrar ser, pateticamente, um imbecil que me
faz de corar de vergonha de cada vez que abre a boca. Desta vez acha que isto só vai a tiro. E, entre outras coisas, que Durão Barroso só pensa no dinheiro.
E não há ninguém que lhe «explique» que estas coisas hoje não se resolvem a
tiro. E, já agora, que Durão Barroso pode até pensar em dinheiro, mas que é dinheiro
dele, ganho através da sua legal remuneração e não por via de qualquer
«fundação», como a de Soares, que continua a receber uns trocos (!!!) dos
contribuintes portugueses.
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Etiquetas: cretinismo militante, Mário Soares
2 Comments:
Já tinha lido muito, e bem, sobre essa pobre e triste figura. Mas o Nélson esmerou-se e superou tudo. Parabéns.
Também subscrevo, Nelson!
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