Desokupados
Um bando de «desokupas», termo que julgo apropriado para os
que não têm mais com que se ocupar, resolveu bloquear o acesso à ponte sobre o
Tejo, ali às Amoreiras. Eram cerca de duas centenas, não chegavam para encher
um avião. A polícia veio, cercou-os, «desokupou» a via e identificou-os.
Até aqui, tudo muito bem, apesar do absurdo do bruaá que se
verificou com o uso de imagens não editadas pela RTP (e que incluiu a demissão de
um director de programas) e a impunidade com que a CGTP e o PC filmam e entregam as filmagens à pressurosa comunicação social, que se pela por estas coisas,
sobretudo pertinho da hora dos noticiários. Mas o que choca, depois, é o ar
apologético da polícia, perante as câmaras. Uma ladainha monocórdica, como que
pedindo desculpa por ter cumprido a lei. Mais patético, só o violado sodomizado, pedindo desculpa por estar de costas.
Da parte dos «desokupados», as intervenções do costume. Que
não retive porque eles (eles e elas, como agora se diz) mal sabem falar, são
incapazes de usar uma frase completa, com sujeito, predicado e complemento directo.
Apesar do seu ar, em geral, compostinho.
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Etiquetas: Ai Portugal, manifs
2 Comments:
Será que os desokupados não estarão é desempregados?
Será?
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