quarta-feira, outubro 31, 2012

A esquerda que merecemos

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Vi a espaços o debate do Orçamento. Nada de muito novo. Explicações lúcidas e inteligíveis de Passos Coelho, Vítor Gaspar e uma magnífica exposição do ministro da Saúde, um excelente governante que os nosso jornalistas se esforçam por não dar por ele. Do «outro lado» veio o bruá do costume, o paleio desconexo de quem não sabe verdadeiramente o que dizer senão pintar a manta. Desde Seguro a afirmar que não contem com ele, até às costumeiras histerias do Bloco e do PC, houve de tudo um pouquinho. Reparei ainda no jovem e truculento João Galamba que não achou argumento mais válido que chamar salazarento a Vítor Gaspar. Levou a resposta que merecia. Polida, educada e directa. Coisa que Galamba (um portento em números, consta por aí) estranha. Porque não sabe usar os mesmos métodos. Alguém lhe disse que ser acutilante e arrogante era o que estava a dar, mesmo que lhe feneça a substância. No fim, Galamba ensaiou uma espécie de desculpa a Gaspar, meteu os pés pelas mãos e a emenda piorou o soneto, para não deixar ficar mal o ditado. Também reparei na vozearia da bancada comunista quando Gaspar se referiu à implantação da democracia em 1976. Bernardino, o tal da Coreia do Norte, vociferou, remexeu-se e disse que não tinha sido em 1976, mas sim em 74. Ele não sabe, mas não foi. Não sabe porque é jovem como Galamba e não menos truculento, apesar de, aparentemente, menos esperto. Mas podiam ter-lhe dito que antes da Constituição houve uma tentativa desesperada do controle totalitário deste país pelos seus (dele) comparsas. Ele ainda era pequenino, mas já havia gente que achava que na Coreia do Norte é que era bom. Uma lástima!

Cá fora iam surgindo manifestantes dispostos a cercar o parlamento, coisa que vai bem com a gravata do momento. Gostei de ver os estivadores, aqueles que ganham um salário médio de €2.500 e que não querem abdicar das horas extraordinárias para chegarem facilmente aos €5.000. Pensei com os meus botões que para esses, talvez não fosse mal lembrado instituir mesmo um regime totalitário só para ver quanto é que eles passariam a perceber mensalmente. E o trabalho que deveriam dar em troca.

A vida é feita de equívocos, mas não há equívoco maior que esta gente que acha que sabe o que quer, representam uma fatia menor da população portuguesa e acham que podem e devem chatear meio mundo. E, pelo caminho, espatifar o que resta da nossa economia e bem-estar.
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1 Comments:

At 3:42 da manhã, Blogger Unknown disse...

legal seu post!
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