Os meus carros (11) Mitsubishi Galant 2000 GL
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Na primeira metade dos anos noventa voltei ao sistema de carro próprio. Os agentes da Mitsubishi para Moçambique tinham importado algumas unidades do Japão e teria havido uma desistência da Embaixada da Nigéria. E é assim que um bom amigo, um quadro superior da tal empresa, me aparece em casa, a um Sábado, com dois Mitsubishi Galant, um azul-escuro e um «bordeaux» e me diz:
- Escolhe um.
- Mas escolho o quê? Pergunto eu sem perceber nada do que se estava a passar.
- Um daqueles dois carros. Queres o azul ou o «bordeaux»? Um é para mim e o outro é para ti.
Aqui, o tal meu amigo conta-me a história da desistência e eu, sem nunca ter reparado verdadeiramente nestes carros, disse que ficava com o «bordeaux».
- Ok, então manda arrumar na garagem e para a semana acertamos as contas.
E foi no seio destas facilidades tropicais que eu me estreei, meio desconfiado, num carro japonês. O carro demonstrou ser um super carro. Fiz várias viagens nele a Joanesburgo e três viagens de Maputo a Cape Town, via Joanesburgo, o que representava cerca de 5.200 km ida e volta, por viagem. E não pude ficar insensível ao desempenho do carro ao longo do Karoo, em velocidades elevadas durante horas seguidas de rectas intermináveis, que o Mitsubishi devorava sem um soluço. Em nenhuma das três viagens. Acresce que me esquecia (é o termo) das revisões e o carro funcionava na perfeição. Durante dois anos, habituei-me a entrar nele todas as manhãs muito cedo, imaculadamente lavado pelo Liquelique (não é um produto... é um três em um que trabalhava para mim, guarda, jardineiro e lavador de carros) e passei a interrogar-me como é que eu não sabia que havia carros que andavam meses em que bastava meter gasolina e, se preciso fosse, pegar nele de supetão, ir a Joanesburgo e voltar, sem me preocupar sequer em ver os níveis dos óleos.
O carro teve um fim inglório. Numa festa em casa de um bom amigo, o Mitsubishi era o último da fila de carros na garagem. Era preciso ir levar o cozinheiro a casa por ser já muito tarde, o tal amigo pede ao filho para o fazer, o filho diz que tinha três carros a atravancar o carro do pai… eu atiro a chave e digo para levar o meu. Ele levou… e na Keneth Kaunda (uma avenida larga de Maputo, no Sommershield) bateu de frente numa IFA (um exemplar mais ou menos museológico da indústria de camiões da antiga Europa de Leste), o velhote estilhaçou o parabrisas com a cabeça mas ficou só tonto e o carro foi para a sucata.
Foto real do carro aqui.
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Etiquetas: Os meus carros
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