terça-feira, julho 03, 2012

O Estado borralho

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Pedro Proença, um árbitro de futebol acabado de chegar de apitar a final do campeonato europeu, registou com um certo sarcasmo e tristeza o facto de ninguém do governo o estar esperando. Não só. Que já à partida, ninguém se tinha ido despedir dele.

Esta manifestação quase pueril de um homem de cerca de quarenta anos diz bem do conceito dramático gerado e alimentado num povo formatado ainda na necessidade e protecção do Estado, como uma criança precisa que lhe contem uma história para adormecer ou lhe aconcheguem o edredão. Por outro lado, cabe referir que o Estado, os seus agentes, nada fazem para gradualmente ir habituando as suas «crianças» de que já é tempo de se deitarem sozinhas, trocando a história de nanar e o aconchego da mantinha por um bocejo genuíno e uma entrega ao natural acto de dormir. Os agentes do «Estado mão por baixo» não o fazem, porque também gostam do momento de fama quando aparecem na TV a apertar a mão a Cristiano Ronaldo. E assim, dá uma coisa para a outra. Melhor dizendo, estamos bem uns para os outros. Governantes e governados. E, com jeitinho, um dia estes ainda nos aparece aí, numa manhã de nevoeiro, um Salazar qualquer que nos ponha as finanças em ordem e nos devolva o 13º mês e o subsídio de férias. E as férias a Punta Cana, a prestações.

Nota Final: Absolutamente patético, um Secretário de estado de qualquer coisa a justificar-se perante os repórteres pelo facto de não ter ido ao aeroporto esperar Pedro Proença. Surrealista!
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1 Comments:

At 7:22 da manhã, Blogger Lo disse...

Muito acertivo... Faz-me lembrar o Pinto da Costa a lamentar-se por não ser recebido por Rui Rio nos Paços do Conselho...

 

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