terça-feira, julho 17, 2012

A liberdade de fazer o que lhes mandam

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Custa um bocado ver grupos de algumas centenas e pessoas, a toque de caixa (como ainda agora aconteceu com cerca de 100 pessoas em Borba), com megafones e uma beligerância que nos diz bem o que seria se esta gente um dia chegasse ao poder, a insultar membros do governo. Toda a gente sabe que a CGTP tem uma capacidade mobilizadora extraordinária (inclui «profissionais» que correm o país aglutinando multidões para se manifestarem, está provado com fotos e vários artigos) e lhe é relativamente fácil pôr umas centenas de pessoas na rua a berrar e a soltar impropérios em verso e em coro.

Independentemente do facto de este tipo de manifestações não representarem nada que não seja a capacidade de mobilização do Partido Comunista e do romantismo que envolve o cenário, exprimindo livremente as suas «opiniões», é irónico que sejam aqueles que jamais permitiram ou permitiriam que fosse quem fosse exprimisse o que quer que fosse se estivessem no poder, a alimentar espectáculos degradantes como os que se têm visto nas televisões. Para além de que não é admissível que um Partido que não chega a ter 8% de representatividade consiga chatear tanta gente e, objectivamente, dar uma imagem primária de um país onde se gostaria de ver participação e investimento estrangeiros.

Não sei como é que se faz, mas devia haver uma forma qualquer de chamar aqueles rapazolas à pedra lá na Assembleia da República e explicar-lhes que a sua legitimidade se confina a meia dúzia de românticos e alguns oportunistas e que eles deviam celebrar e ir beber uns copos de vez em quando, por viverem sob regimes políticos que lhes permitem fazer aquilo que eles jamais, mas jamais e sei do que falo, permitiriam, se o regime fosse o deles.
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