Os tontos
[4493]
Por acaso ouvi Passos Coelho discorrer sobre um conjunto de circunstâncias que poderiam incentivar alguns professores a procurar trabalho em países de expressão portuguesa. A crise económica, o decrescimento demográfico, o elevado nível de desemprego seriam, só por si, matéria de reflexão para que os professores pensassem em alternativas, Passos Coelho disse-o com clareza, limpidez e com honestidade.
Já Mário Nogueira aproveitou o ensejo para disparatar, soltar um chorrilho e demonstrar bem o tipo de mentalidade que enforma esta gente que acha que vem ao mundo e, no berço, tem direito a uma oferta de emprego e uma reforma esperando por ela, sem embargo de outras conquistas que lhe vão pondo no sapatinho, como as horas de trabalho, as férias, as faltas justificadas, injustificadas, ordenados mínimos, subsídios, progressões de carreira e tudo aquilo que acham que têm direito desde a fase do espermatozóide, sem alguma vez se quedarem a perguntar quem é que há-de pagar tudo isso.
Uma vez, já lá vão uns anos e era eu muito jovem, disseram-me que eu tinha perdido uma guerra e, no meio de tiros e da destruição da economia em resultado do roubo ajuramentado da maioria das empresas, tive de me fazer à vida indo trabalhar para outras latitudes, recorrendo às aptidões que achei que tinha. Não sei que idade Nogueira teria nessa altura e se já era tonto como hoje. Porventura haveria de estar estudando sindicalismo para, uns anos mais tarde, chatear as pessoas e contribuir decisivamente para o estado do Estado em que estamos.
Alguém deveria explicar a esta rapaziada que emigrar não é desonra e, por acréscimo, nos dá uma visão mais lata da vida e nos enriquece o conhecimento e, porque não dizê-lo, a carteira. Tal como perguntar-lhe, à tal rapaziada, o que é que verdadeiramente propõe quando, ao que parece, há quinze mil professores a mais. Abrir escolas e pô-los a ensinar quem? Ou, mais pragmaticamente, pôr os quinze mil a planearem, estudarem, estruturarem, comissionarem, discutirem, reunirem, organizarem e sindicalizarem, com salários que eventualmente seriam cobertos pelos impostos daqueles que, entretanto, emigraram e remeteram para Portugal as suas poupanças.
É por estas e por outras, por causa dos tontos como Nogueira, que jamais me esquecerei de uma cena patética que observei numa televisão – uma jovem aparentemente saudável, mas raivosa, dizendo para uma repórter: - «Já saí da faculdade há quatro anos e até hoje o Estado não me arranjou emprego!»
Olha se eu tivesse feito isto em 1974… A Mário Nogueira faria bem emigrar. Ele e uns quantos Nogueiras que eu cá sei. Ao regressarem, poderiam decisivamente contribuir melhor, para um país melhor. Sem tretas. Nem tonterias.
.
Por acaso ouvi Passos Coelho discorrer sobre um conjunto de circunstâncias que poderiam incentivar alguns professores a procurar trabalho em países de expressão portuguesa. A crise económica, o decrescimento demográfico, o elevado nível de desemprego seriam, só por si, matéria de reflexão para que os professores pensassem em alternativas, Passos Coelho disse-o com clareza, limpidez e com honestidade.
Já Mário Nogueira aproveitou o ensejo para disparatar, soltar um chorrilho e demonstrar bem o tipo de mentalidade que enforma esta gente que acha que vem ao mundo e, no berço, tem direito a uma oferta de emprego e uma reforma esperando por ela, sem embargo de outras conquistas que lhe vão pondo no sapatinho, como as horas de trabalho, as férias, as faltas justificadas, injustificadas, ordenados mínimos, subsídios, progressões de carreira e tudo aquilo que acham que têm direito desde a fase do espermatozóide, sem alguma vez se quedarem a perguntar quem é que há-de pagar tudo isso.
Uma vez, já lá vão uns anos e era eu muito jovem, disseram-me que eu tinha perdido uma guerra e, no meio de tiros e da destruição da economia em resultado do roubo ajuramentado da maioria das empresas, tive de me fazer à vida indo trabalhar para outras latitudes, recorrendo às aptidões que achei que tinha. Não sei que idade Nogueira teria nessa altura e se já era tonto como hoje. Porventura haveria de estar estudando sindicalismo para, uns anos mais tarde, chatear as pessoas e contribuir decisivamente para o estado do Estado em que estamos.
Alguém deveria explicar a esta rapaziada que emigrar não é desonra e, por acréscimo, nos dá uma visão mais lata da vida e nos enriquece o conhecimento e, porque não dizê-lo, a carteira. Tal como perguntar-lhe, à tal rapaziada, o que é que verdadeiramente propõe quando, ao que parece, há quinze mil professores a mais. Abrir escolas e pô-los a ensinar quem? Ou, mais pragmaticamente, pôr os quinze mil a planearem, estudarem, estruturarem, comissionarem, discutirem, reunirem, organizarem e sindicalizarem, com salários que eventualmente seriam cobertos pelos impostos daqueles que, entretanto, emigraram e remeteram para Portugal as suas poupanças.
É por estas e por outras, por causa dos tontos como Nogueira, que jamais me esquecerei de uma cena patética que observei numa televisão – uma jovem aparentemente saudável, mas raivosa, dizendo para uma repórter: - «Já saí da faculdade há quatro anos e até hoje o Estado não me arranjou emprego!»
Olha se eu tivesse feito isto em 1974… A Mário Nogueira faria bem emigrar. Ele e uns quantos Nogueiras que eu cá sei. Ao regressarem, poderiam decisivamente contribuir melhor, para um país melhor. Sem tretas. Nem tonterias.
.
Etiquetas: Ai Portugal, orgasmos múltiplos socialistas, professores
6 Comments:
Não conheço os "senhores", mas se não prestam, lhes indiques o Brasil tá bom?:)*
Há acordos de cooperação entre o governo português e pelo menos com os governos de Angola e do Brasil. Qualquer destes dois países manifestou muita vontade na contratação de professores portugueses para o básico, secundário e até superior
Claro que me refiro aos "tontos" e jamais aos professores!
Será que os portugueses fazem ideia de quantos ingleses, suiços, franceses, italianos, suecos, dinamarqueses e muitas outras nacionalidades, todos eles qualificados, emigram para países diversos (muitos para África e América Latina)? Ou será que os potugueses só serviam para emigrar para "a França" com a valise de cartão ou para abrir uma lanchonete no Brasil?
No Brasil há milhares de portugueses academicamente muitissimo bem qualificados e outros tantos, sem longos pousos em cadeiras de escolas,mas detentores de grandes fortunas e fidalguia, sendo também verdade que muitas padarias/lanchonetes estão em mãos lusitanas sim e só lamento que não sejam mais gastronomicamente patriotas e assim pudessem nos servir os deliciosos pães e doces portugueses.
Pensando bem...melhor assim...ou teria que ter uma conta corrente num Spa!:)))
Dulce
Será que posso interromper e dizer que tonto, tonto é o que fica cá? :)))) Quanto à conta corrente num Spa, não é nada que não se possa dar um jeito... essas tais de padaria não fazem papos de anjo, por exemplo? :)
:)*
Enviar um comentário
<< Home