Ausências
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A ausência pode assumir várias formas. Uma pessoa adormece, uma pessoa desmaia, metemo-nos num carro e devoramos os marcos quilométricos de uma auto-estrada ao acaso, saltamos para um barco numa marina qualquer e vogamos para uma ilha deserta ou ouvimos aquele som mecânico do trem de aterragem de um avião recolher ao seu invólucro. São ausências normais, formais, por definição.
Também existem ausências diferentes. Muitas vezes sem tirar sequer os pés do chão. Deixamos a imaginação tomar asas e voamos para os locais mais improváveis. Aí, pairamos e usamos o momento para processar uma cascata de recordações do passado, ideias do presente e projectos de futuro, muitas vezes tudo isso se emaranha como as linhas de pesca de quatro canas de «corrico» ou os atacadores dos ténis de uma criança e quando pensamos ter desatado um nó surge-nos mais uma série de outros que nos obrigam a passar as linhas ou os atacadores por vias inesperadas. Outras vezes sentimo-nos num mundo estranho, tomando um chá de loucos com o gato, o coelho, o chapeleiro maluco, o coelho do relógio ou a rainha de copas do mundo de Alice e hesitamos entre a atitude cordata (quiçá covarde) de nos deixarmos enredar no seu mundo ou sacudi-lo com energia e mantermo-nos fiéis aos valores da razão e da nobreza dos mais puros sentimentos do homem. Que já são poucos, mas ainda existem. Pairando, como atrás dizia, aumentamos (o termo inglês «enlarge» é, aqui, bem mais adequado) a perspectiva das coisas e melhoramos a sua definição. E isso ajuda, restaura o corpo, rejuvenesce a alma. Seja pelo regozijo, seja pela contrição. De pensamentos, palavras e obras.
Outras vezes, ainda, as «ausências» têm, a ver apenas com a preguiça. Apenas preguiça. Pura. Lassidão. Vontade de fazer nenhum. Sem embargo da «presença» perene e cometida, junto daquilo que verdadeiramente nos interessa.
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A ausência pode assumir várias formas. Uma pessoa adormece, uma pessoa desmaia, metemo-nos num carro e devoramos os marcos quilométricos de uma auto-estrada ao acaso, saltamos para um barco numa marina qualquer e vogamos para uma ilha deserta ou ouvimos aquele som mecânico do trem de aterragem de um avião recolher ao seu invólucro. São ausências normais, formais, por definição.
Também existem ausências diferentes. Muitas vezes sem tirar sequer os pés do chão. Deixamos a imaginação tomar asas e voamos para os locais mais improváveis. Aí, pairamos e usamos o momento para processar uma cascata de recordações do passado, ideias do presente e projectos de futuro, muitas vezes tudo isso se emaranha como as linhas de pesca de quatro canas de «corrico» ou os atacadores dos ténis de uma criança e quando pensamos ter desatado um nó surge-nos mais uma série de outros que nos obrigam a passar as linhas ou os atacadores por vias inesperadas. Outras vezes sentimo-nos num mundo estranho, tomando um chá de loucos com o gato, o coelho, o chapeleiro maluco, o coelho do relógio ou a rainha de copas do mundo de Alice e hesitamos entre a atitude cordata (quiçá covarde) de nos deixarmos enredar no seu mundo ou sacudi-lo com energia e mantermo-nos fiéis aos valores da razão e da nobreza dos mais puros sentimentos do homem. Que já são poucos, mas ainda existem. Pairando, como atrás dizia, aumentamos (o termo inglês «enlarge» é, aqui, bem mais adequado) a perspectiva das coisas e melhoramos a sua definição. E isso ajuda, restaura o corpo, rejuvenesce a alma. Seja pelo regozijo, seja pela contrição. De pensamentos, palavras e obras.
Outras vezes, ainda, as «ausências» têm, a ver apenas com a preguiça. Apenas preguiça. Pura. Lassidão. Vontade de fazer nenhum. Sem embargo da «presença» perene e cometida, junto daquilo que verdadeiramente nos interessa.
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Etiquetas: ausências, Aussies marry no sheep because sheep can't cook
2 Comments:
“A ausência diminui as pequenas paixões e aumenta as grandes, da mesma forma que o vento apaga as velas e atiça as fogueiras.”
François La Rochefoucauld (século XVII- França)*
:)*
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