Cancros específicos
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Já se tinha inventado a Sida para exterminar os africanos. Também a malária terá sido manipulada ao ponto de os alemães terem alterado o Plasmodium para morrerem só com as moléculas da Bayer. Uma vez uma holandesa, que andava imenso de bicicleta para ir aos comícios de Machel e nos outros dias andava de Volvo, também me disse que sabia muito bem que a CIA, através da NASA, condicionava o clima para a seca matar os africanos todos à fome. Isto e outras histórias sobre conluios repugnantes em que os ocidentais eram exímios eram verbo corrente nas minhas andanças por África, ao tempo do internacionalismo proletário, da solidariedade internacional e da sabotagem económica. Curiosamente, quem acreditava (ou fomentava) mais nestas histórias eram os expatriados progressistas, cidadãos impolutos, de boas práticas e de iluminadas ideias, de palavras com valor de lei e de um oportunismo atroz e de um convencimento absoluto sobre a sua indispensabilidade no processo revolucionário de desenvolvimento das jovens nações africanas. Várias vezes conversei com amigos africanos sobre estes assuntos e frequentemente eles me pareciam cépticos ou desinteressados. Os estrangeiros que fizessem a despesa do boato!
Desta vez, eis que uma desconfiança é genuinamente autóctone. Chávez não afirma, não tem provas, mas tem um pressentimento que daqui a cinquenta anos se há-de falar nestes cancros que, estranhamente, começaram a assolar os estadistas sul-americanos. Assim de repente, e que ele se lembre, é a presidente argentina, é Lula e ele próprio. Claro que ele não pode provar mas que tudo isto é muito estranho, é. Diz ele. E muitos acreditam.
Foi sempre assim. E assim será por muitos mais anos. Não há que estranhar esta manipulação criminosa destes ditadorzecos que se comprazem em se ocupar com estas minudências, matando dois coelhos de uma cajadada. Uma, a de trazerem os seus conterrâneos felizes por terem nascido, convencidos da permanente conspiração dos americanos que, desta vez, resolveram inventar cancros específicos para os estadistas latino-americanos. Outra, a de eles próprios darem de comer aos seus imensos complexos, não se poupando a estas manifestações masturbatórias da mais descarada demagogia.
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Já se tinha inventado a Sida para exterminar os africanos. Também a malária terá sido manipulada ao ponto de os alemães terem alterado o Plasmodium para morrerem só com as moléculas da Bayer. Uma vez uma holandesa, que andava imenso de bicicleta para ir aos comícios de Machel e nos outros dias andava de Volvo, também me disse que sabia muito bem que a CIA, através da NASA, condicionava o clima para a seca matar os africanos todos à fome. Isto e outras histórias sobre conluios repugnantes em que os ocidentais eram exímios eram verbo corrente nas minhas andanças por África, ao tempo do internacionalismo proletário, da solidariedade internacional e da sabotagem económica. Curiosamente, quem acreditava (ou fomentava) mais nestas histórias eram os expatriados progressistas, cidadãos impolutos, de boas práticas e de iluminadas ideias, de palavras com valor de lei e de um oportunismo atroz e de um convencimento absoluto sobre a sua indispensabilidade no processo revolucionário de desenvolvimento das jovens nações africanas. Várias vezes conversei com amigos africanos sobre estes assuntos e frequentemente eles me pareciam cépticos ou desinteressados. Os estrangeiros que fizessem a despesa do boato!
Desta vez, eis que uma desconfiança é genuinamente autóctone. Chávez não afirma, não tem provas, mas tem um pressentimento que daqui a cinquenta anos se há-de falar nestes cancros que, estranhamente, começaram a assolar os estadistas sul-americanos. Assim de repente, e que ele se lembre, é a presidente argentina, é Lula e ele próprio. Claro que ele não pode provar mas que tudo isto é muito estranho, é. Diz ele. E muitos acreditam.
Foi sempre assim. E assim será por muitos mais anos. Não há que estranhar esta manipulação criminosa destes ditadorzecos que se comprazem em se ocupar com estas minudências, matando dois coelhos de uma cajadada. Uma, a de trazerem os seus conterrâneos felizes por terem nascido, convencidos da permanente conspiração dos americanos que, desta vez, resolveram inventar cancros específicos para os estadistas latino-americanos. Outra, a de eles próprios darem de comer aos seus imensos complexos, não se poupando a estas manifestações masturbatórias da mais descarada demagogia.
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Etiquetas: Chávez, imperialismo cancerígeno
2 Comments:
Sei que os tempos não estão para grandes optimismos mas o futuro pode estar nas nossas mãos se soubermos exercer os poucos direitos que ainda nos restam. Aqui deixo o meu desejo de um 2012 tão bom quanto o possível.
Kaos
Wehavekaosinthegarden.blogspot.com
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