Ossos
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Não, não tem nada a ver com os «Ossos» da série televisiva. São ossos mesmo, aquela estrutura própria dos vertebrados e formada por tecido... ósseo, não me ocorre outra definição... conjuntivo, talvez... caracterizados por uma matriz extracelular (esta aprendi no Google) endurecida por cálcio e que, no seu conjunto, formam o esqueleto, que é aquilo que nos mantém mais ou menos em pé e, às vezes, guardamos nos armários para chatear governos eleitos, segundos casamentos ou gestores de negócios recém promovidos a directores do pelouro.
Pois hoje, e ao contrário do que é normal, acordei com ossos a doer-me. Acho que são ossos, não sei se os ossos doem, por mim sempre pensei que o que doi são os tecidos moles envolventes (carne, pele e cartilagens) mas, cá para mim, hoje acordei com dor de ossos. Eu sei que vivo num país cuja população sofre de dor nas costas à razão de 99%, distribuídos por sofrerem da coluna (terceiras cervicais e segundas lombares são vocabulário normal no português que sofre dos ossos), artroses, osteoporoses (noção errada, mas acontece) e até quem sofra do cóccix que eu não sei como é que pode doer, a menos que o quebremos ou o submetamos a perigos e guerras esforçados, para além do que permite a força humana.
Acordei com uma dor na perna. Uma dor lá dentro, moínha, chata, ao nível do fémur. Esfreguei a perna, soube bem, mas a dor ficou. Com pouca prática na matéria, já que pertenço aos privilegiados 1% dos portugueses que não sofrem dos ossos, salvo uma vez em que tive uma acidente de automóvel e parti uma rótula, não liguei muito ao assunto. Levantei-me (com a dor) e, ao sair do quarto, ensonado, esbarrei estrondosamente com o dedo mindinho do pé esquerdo na ombreira da porta. À dor excruciante que senti, seguiu-se uma sessão de palavrão de fazer corar uma claque de futebol, rangida entre dentes e com a fúria própria de quem quer bater em todos os arquitectos e projectistas nacionais e a pausa necessária para recuperar. Remoendo ainda palavrões que eu julgava esquecidos, dirigi-me à cozinha. Ensonado, perna com moínha e pé de quem acabou de sofrer uma fractura exposta e uma posterior marretada na fractura, dispus-me a fazer o café matinal. Abri a porta do armário superior, tirei a lata do café, servi a cafeiteirinha e eis que, ao levantar a cabeça, esbarrei es-tron-do-sa-men-te com o crâneo na esquina da porta do armário que tinha ficado estupidamente aberta. Como já tinha gasto os palavrões todos, limitei-me a emitir uma série de grunhos/urros/relinchos/rugidos/uivos e regougos que me ocorreram enquanto esfregava a cabeça na tentativa, vã, de aliviar a dor aguda que a pancada me causou.
Não havia sangue... esperei pelo café, a cafeteirinha borbulhou, enchi uma chávena e dirigi-me para o sofá do costume. Pousei a chávena na mesa e sentei-me. Eis que, ao sentar, senti e ouvi um «clac» nas costas, um som absurdo, horrendo e, adivinhem, seguido de uma dor esquisita nas costas.
Já lá vão cerca de trinta minutos desde o meu épico acordar. Dor na perna, no dedo do pé, na cabeça e nas costas. O pior já lá vai, estou recomposto mas receio que depois do ai, xiça, gaita e fogo que já lancei hoje (ai, xiça, gaita e fogo são uma liberdade poética que guardo para sempre que quero evitar colocar palavrões grosseiros no blogue) eu deva reconsiderar a ideia de que os portugueses têm a mania que sofrem dos ossos e que os ossos não doem. Decididamente, mudei de equipa. Dos meus honrosos 1% para os vulgares 99% em uso corrente na paróquia. Pior - acho que, decididamente, entrei na fase do «condor», como se sabe uma subdivisão da era PDI.
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Não, não tem nada a ver com os «Ossos» da série televisiva. São ossos mesmo, aquela estrutura própria dos vertebrados e formada por tecido... ósseo, não me ocorre outra definição... conjuntivo, talvez... caracterizados por uma matriz extracelular (esta aprendi no Google) endurecida por cálcio e que, no seu conjunto, formam o esqueleto, que é aquilo que nos mantém mais ou menos em pé e, às vezes, guardamos nos armários para chatear governos eleitos, segundos casamentos ou gestores de negócios recém promovidos a directores do pelouro.
Pois hoje, e ao contrário do que é normal, acordei com ossos a doer-me. Acho que são ossos, não sei se os ossos doem, por mim sempre pensei que o que doi são os tecidos moles envolventes (carne, pele e cartilagens) mas, cá para mim, hoje acordei com dor de ossos. Eu sei que vivo num país cuja população sofre de dor nas costas à razão de 99%, distribuídos por sofrerem da coluna (terceiras cervicais e segundas lombares são vocabulário normal no português que sofre dos ossos), artroses, osteoporoses (noção errada, mas acontece) e até quem sofra do cóccix que eu não sei como é que pode doer, a menos que o quebremos ou o submetamos a perigos e guerras esforçados, para além do que permite a força humana.
Acordei com uma dor na perna. Uma dor lá dentro, moínha, chata, ao nível do fémur. Esfreguei a perna, soube bem, mas a dor ficou. Com pouca prática na matéria, já que pertenço aos privilegiados 1% dos portugueses que não sofrem dos ossos, salvo uma vez em que tive uma acidente de automóvel e parti uma rótula, não liguei muito ao assunto. Levantei-me (com a dor) e, ao sair do quarto, ensonado, esbarrei estrondosamente com o dedo mindinho do pé esquerdo na ombreira da porta. À dor excruciante que senti, seguiu-se uma sessão de palavrão de fazer corar uma claque de futebol, rangida entre dentes e com a fúria própria de quem quer bater em todos os arquitectos e projectistas nacionais e a pausa necessária para recuperar. Remoendo ainda palavrões que eu julgava esquecidos, dirigi-me à cozinha. Ensonado, perna com moínha e pé de quem acabou de sofrer uma fractura exposta e uma posterior marretada na fractura, dispus-me a fazer o café matinal. Abri a porta do armário superior, tirei a lata do café, servi a cafeiteirinha e eis que, ao levantar a cabeça, esbarrei es-tron-do-sa-men-te com o crâneo na esquina da porta do armário que tinha ficado estupidamente aberta. Como já tinha gasto os palavrões todos, limitei-me a emitir uma série de grunhos/urros/relinchos/rugidos/uivos e regougos que me ocorreram enquanto esfregava a cabeça na tentativa, vã, de aliviar a dor aguda que a pancada me causou.
Não havia sangue... esperei pelo café, a cafeteirinha borbulhou, enchi uma chávena e dirigi-me para o sofá do costume. Pousei a chávena na mesa e sentei-me. Eis que, ao sentar, senti e ouvi um «clac» nas costas, um som absurdo, horrendo e, adivinhem, seguido de uma dor esquisita nas costas.
Já lá vão cerca de trinta minutos desde o meu épico acordar. Dor na perna, no dedo do pé, na cabeça e nas costas. O pior já lá vai, estou recomposto mas receio que depois do ai, xiça, gaita e fogo que já lancei hoje (ai, xiça, gaita e fogo são uma liberdade poética que guardo para sempre que quero evitar colocar palavrões grosseiros no blogue) eu deva reconsiderar a ideia de que os portugueses têm a mania que sofrem dos ossos e que os ossos não doem. Decididamente, mudei de equipa. Dos meus honrosos 1% para os vulgares 99% em uso corrente na paróquia. Pior - acho que, decididamente, entrei na fase do «condor», como se sabe uma subdivisão da era PDI.
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11 Comments:
Beinhe ...
Normalmente isso acontece quando acordamos em quartos que não conhecemos bem! LOL
eh eh eh!!! isso não é "tropeguismo" ??? Looool
Amigo,
Moro num FLAT minúsculo, vez por outra me ocorre um epsódio desses, mas todos de uma só vez é demais!!!
E olha que fiquei rezando para você não derramar a canela de café no colo...rs.,rs.,rs
Cá para mim a dor na coxa com que acordou não era mais do que a pressão do seu anjinho da guarda sentado em cima dela como que a dizer-lhe: -"Nelson, olha que há dias que mais vale ficar na cama!".
O Nelson preferiu sacudi-lo com uma esfregadela...
Abraço :)
Muita coisa para uma só manhã!!!
Jô Soares entrevistando a cantora Simone, a dada altura diz-lhe que ela está sempre linda e jovem...
Ela, agradece e diz: «jovem nem tanto, sabe Jô, depois dos quarenta, você acorda, põe o pé no chão e não sente dor...VOCÊ ESTÁ MORTO !!!!
:)
xx
Anónimo da 11:34
Não foi o caso :)
IL
Não - Foi sono e mau olhado :))))
Maria do Rosa´rio
Posso afiançar que não derramei café. Essa parte correu muito bem :))))
Pedro Barbosa Pinto
Ainda não cheguei a esse ponto... foi uma sucessão de azares :)))
Papoila
Enganei-me, o comentário abtes deste era para ti e não para o P B Pinto. Desculpem os dois
Pedro Barbosa Pinto
O meu anjo da guarda tem andado desaparecido. Deve ter ido a uma consulta de Ortopedia :))))
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