terça-feira, junho 07, 2011

A pepineira europeia



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Há quem fale em campanhas negras contra os países do sul da Europa. E que qualquer episódio como este, recente, dos pepinos espanhóis serve. Eu não creio que assim seja. Creio que a irresponsabilidade de um qualquer burocrata ou de uma qualquer burocrática missão alemã achou que morreram um punhado de alemães por causa de uns pepinos. E esses pepinos só poderiam ser espanhóis e nunca, por exemplo, holandeses que, como se sabe, são também grandes produtores desta cucurbitácea.

O que se passa é que há um arreigado convencimento da menoridade dos países do sul europeu, por parte dos indígenas da europa central e do norte. Para isso contribuimos os sulistas, com um conjunto de acções e mentalidades nesse sentido, e os centrista/nortistas com um indisfarcável complexo de superioridade perante os bárbaros mediterrânicos. E, nessa base, se um alemão morre porque comeu um pepino, a culpa só pode ser de um espanhol, grego ou italiano. O português talvez escape porque alguns alemães não sabem que Portugal existe e os que sabem nem lhes passa pela cabeça que os portugueses saibam cultivar pepinos.

Fica ainda a estupefacção pelos resultados económicos catastróficos que um punhado de burocratas idiotas pode causar, sem qualquer sentido de responsabilidade e com a superficialidade própria de quem nada mais sabe fazer que parir normas e decretos e aplicar a sua letra de forma. Fauna de que a Europa, nesta fase, está realmente cheia.
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