A lapa que ri
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No debate de ontem, Sócrates foi igual a si próprio. Petulante, mentiroso, pretendendo ser hábil no comando do fio da conversa, acabou por esbarrar num Passos Coelho que começou algo titubeante mas que, quando decidiu deixar-se de contumélias e fazer-lhe perguntas directas sobre as explicações que Sócrates nos deve, pelas responsabilidades directas que ele tem na ruína e no descrédito que trouxe ao País, conseguiu carrilar o debate para aceitáveis níveis de eficácia. Sócrates, desta vez, teve uma nuance. Orador hábil, teve de recorrer ao sorriso meio sardónico, com ares de superioridade, mas que só lhe vincaram a essência daquilo que é. Um mentiroso compulsivo, um teimoso obcecado e um irresponsável que não hesitou em agravar as já de si difíceis condições do país, em nome das suas próprias idiossincrasias e do irresistível inchaço que o seu ego sofreu desde que se mudou da Covilhã para a Rua Castilho, coisa que claramente lhe haveria de causar, a prazo, uma grave crise de dispepsia com que ele não sabe lidar.
Acresce que Sócrates não tem para onde ir. Cheira-me que um dia varrido do governo pouca gente o quererá. A menos que ele detenha e manipule um conjunto de circunstâncias que, bem manejadas, poderão provocar um campo de pressões que lhe possibilite um cargo minimamente honroso e um pouco para além de projectar vivendas de emigrantes na Beira Alta. Por isso, ele é um exemplo acabado da lapa que só com uma faca bem afiada conseguimos destacar da rocha. Seria bom que o voto do dia 5 fosse tão afiado como as facas que se usa para arrancar lapas e o varresse para bem longe. A rir. Não como a simpática e conhecida vaca francesa mas como a lapa desesperadamente agarrada à rocha portuguesa. Ou seja, sem rir coisa nenhuma porque todos sabemos que as lapas não riem. Podem tentar, como Sócrates fez ontem, mas não convencem ninguém.
No debate de ontem, Sócrates foi igual a si próprio. Petulante, mentiroso, pretendendo ser hábil no comando do fio da conversa, acabou por esbarrar num Passos Coelho que começou algo titubeante mas que, quando decidiu deixar-se de contumélias e fazer-lhe perguntas directas sobre as explicações que Sócrates nos deve, pelas responsabilidades directas que ele tem na ruína e no descrédito que trouxe ao País, conseguiu carrilar o debate para aceitáveis níveis de eficácia. Sócrates, desta vez, teve uma nuance. Orador hábil, teve de recorrer ao sorriso meio sardónico, com ares de superioridade, mas que só lhe vincaram a essência daquilo que é. Um mentiroso compulsivo, um teimoso obcecado e um irresponsável que não hesitou em agravar as já de si difíceis condições do país, em nome das suas próprias idiossincrasias e do irresistível inchaço que o seu ego sofreu desde que se mudou da Covilhã para a Rua Castilho, coisa que claramente lhe haveria de causar, a prazo, uma grave crise de dispepsia com que ele não sabe lidar.
Acresce que Sócrates não tem para onde ir. Cheira-me que um dia varrido do governo pouca gente o quererá. A menos que ele detenha e manipule um conjunto de circunstâncias que, bem manejadas, poderão provocar um campo de pressões que lhe possibilite um cargo minimamente honroso e um pouco para além de projectar vivendas de emigrantes na Beira Alta. Por isso, ele é um exemplo acabado da lapa que só com uma faca bem afiada conseguimos destacar da rocha. Seria bom que o voto do dia 5 fosse tão afiado como as facas que se usa para arrancar lapas e o varresse para bem longe. A rir. Não como a simpática e conhecida vaca francesa mas como a lapa desesperadamente agarrada à rocha portuguesa. Ou seja, sem rir coisa nenhuma porque todos sabemos que as lapas não riem. Podem tentar, como Sócrates fez ontem, mas não convencem ninguém.
Nota: Este post foi corrigido. Por lapso, no primeiro período, na frase «... quando decidiu deixar-se de contumélias e fazer-lhe perguntas directas...» faltava o seguinte: - «...conseguiu carrilar o debate para aceitáveis níveis de eficácia...». Assim, já faz sentido.
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Etiquetas: debate, Passos Coelho, Sócrates
11 Comments:
Tudo verdade, tudo tal como eu vi. E já nem irrita o sorriso pretensamente sardónico, pois dali transpareceu o chão a fugir de debaixo dos pés.
Alexandra Sobral
Alexandra, que prazer voltar a vê-la por aqui, privilegiando este modesto blog. Já agora, permita-me chamar-lhe a atenção de que o texto tinha um erro por omissão que já foi devidamente corrigido.
Um beijinho amigo e até um dia destes, quem sabe :))
Gosto sempre do que escreve, mas escasseia o tempo para o visitar. Todavia, esta manhã, quando procurava os rescaldos do debate de ontem, lembrei da sua propalada "estima" ao novel "Conde de Abranhos" que tem abrilhantado a nossa urbe e vim até cá. E gostei. Volto um destes dias. Um beijinho
Mudar da Covilhã para Lisboa faz inchar o ego?
- Covilhanense
Tentei ver o debate mas desisti!
Descobri que o engenheiro me irrita quer esteja calado quer esteja a falar....
Nesta fase prefiro ler os jornais, mas gostei do teu post.
xx
Isso é verdade está agarrado ao poder quem nem uma lapa tem medo de perder o tacho e talvez por desta vez poder vir a ser efectivamente responsabilizado por alguns dos dislates que fez, sem amigos a defendê-lo, como tem sucedido.
Em princípio, não. Pelo menos que se saiba. Mas em se tratando de Sócrates, claramente (não gosto de advérbios à pressa nem demasiado enfáticos, mas não me ocorre um melhor que este «claramente»).
papoila
Mas olha que os jrnais também não ajudam, vai ao «Porta da Loja» ou ao «Blasfémias» ver o friso de capas dos jornais de referência depois do debate e entendes melhor o que digo :)))
José Franscisco
Acho que ele não tem medo de ser responsabilizado. Sente-se confortável pelas vezes em que poderia ser responsabilizado por muita coisa e não foi...
À distância fico torcendo para que esse sr seja realmente "frito" no dia 5 e quando sair da frigideira, ao contrário das deliciosas lapas, não con"c"iga:))) mesmo agradar a nenhum paladar!:)*
Dulce
Troce, Dulce, troce e vais a ver que con(c)eguimos
:)*
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