Será assim tão difícil de entender?
[3303]
«Há um erro essencial em transformar um chefe de partido no árbitro da honestidade dos militantes. Manuela Ferreira Leite deixou essa função aos tribunais (que por enquanto não desapareceram) e tratou legitimamente de "fazer" o grupo parlamentar que lhe convinha. Os protestos do PSD vieram de quem deviam vir e não impressionaram ninguém. E, fora dele, só os mais cegos fiéis de Sócrates, como infelizmente o renascido dr. Soares, resolveram achar que ela se dera um tiro no pé. Não deu. Nem quando recusou o papel de juiz. Nem quando correu com Pedro Passos Coelho e com a respectiva comitiva. Tolerar (e desculpar) um cavalheiro que pública e constantemente se ofereceu como substituto dela era com certeza a melhor maneira de promover a crónica indisciplina do PSD e, em última análise, a desconfiança do eleitorado. Uma ou outra boa alma também se aplicou a criticar o "quero, posso e mando" de Ferreira Leite. Esses democratas de ocasião chegaram presumivelmente anteontem da Lua e perderam portanto o embaraçante espectáculo do PSD, desde que Marques Mendes saiu. Sem uma autoridade fixa e até, eventualmente, brutal, o partido deslizaria outra vez para a "federação de câmaras" (à mistura com algumas "distritais"), que dia a dia se afundava na intriga e na irrelevância. As "listas" de Manuela, embora longe da perfeição, não a entregam à pasmosa irresponsabilidade dos "notáveis" e, num tempo de crise, isso é sem dúvida o ponto principal. »
Vasco Pulido Valente, no Público
Via Portugal dos Pequeninos
«Há um erro essencial em transformar um chefe de partido no árbitro da honestidade dos militantes. Manuela Ferreira Leite deixou essa função aos tribunais (que por enquanto não desapareceram) e tratou legitimamente de "fazer" o grupo parlamentar que lhe convinha. Os protestos do PSD vieram de quem deviam vir e não impressionaram ninguém. E, fora dele, só os mais cegos fiéis de Sócrates, como infelizmente o renascido dr. Soares, resolveram achar que ela se dera um tiro no pé. Não deu. Nem quando recusou o papel de juiz. Nem quando correu com Pedro Passos Coelho e com a respectiva comitiva. Tolerar (e desculpar) um cavalheiro que pública e constantemente se ofereceu como substituto dela era com certeza a melhor maneira de promover a crónica indisciplina do PSD e, em última análise, a desconfiança do eleitorado. Uma ou outra boa alma também se aplicou a criticar o "quero, posso e mando" de Ferreira Leite. Esses democratas de ocasião chegaram presumivelmente anteontem da Lua e perderam portanto o embaraçante espectáculo do PSD, desde que Marques Mendes saiu. Sem uma autoridade fixa e até, eventualmente, brutal, o partido deslizaria outra vez para a "federação de câmaras" (à mistura com algumas "distritais"), que dia a dia se afundava na intriga e na irrelevância. As "listas" de Manuela, embora longe da perfeição, não a entregam à pasmosa irresponsabilidade dos "notáveis" e, num tempo de crise, isso é sem dúvida o ponto principal. »
Vasco Pulido Valente, no Público
Via Portugal dos Pequeninos
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