quinta-feira, abril 16, 2009

Siglas, utentes e feitios

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Gostamos imenso de siglas e associações e são lestos muitos os que se aprestam para chefiar, coordenar ou orientar tais associações. É muito nosso, muito associativo, muito “utentes”, mas nem sempre os resultados são os esperados. Por vezes, voluntariosos líderes de associações, frequentemente assessorados por advogados mais ou menos predadores, conduzem ingénuos cidadãos a situações complicadas, como esta que surgiu agora com a AFVTE-R (Associação de Familiares das Vítimas de Entre-os-Rios, chefiado por um senhor chamado Horácio Moreira), obrigada ao pagamento de cerca de €500.000 de custas de um processo que perderam em tribunal.
"Facilmente se conclui que os arguidos não praticaram os crimes de que vinham acusados, impondo-se a sua absolvição" , sentenciou o colectivo de juízes.

Não conheço bem os pormenores do processo mas tudo indica que o voluntarismo e protagonismo poderão ter tido muita importância nas intenções da Associação, sem cuidarem do rigor na instrução do mesmo. Agora, a decisão do tribunal está tomada e gera-se o clamor do costume.

"Num estado dito de Direito, é inconcebível que o ónus da queda da ponte recaia unicamente nas vítimas e suas famílias. Neste caso, a justiça não funcionou" , frisou Horácio Moreira. Ora eu julgo saber que não é bem assim e que as famílias foram devidamente indemnizadas. Mas, como se sabe, há sempre um advogado e um senhor Horácio nestas coisas. E o resultado está à vista. Agora vão querer que o Estado (nós) pague as custas e sobre isso mesmo vão pedir a intervenção do Presidente da República. Não vejo bem porquê.
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