Caldo de esquerda
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Não se confunda o caldo de esquerda (termo usado ontem, apropriadamente, por Pacheco Pereira na “Quadratura do Círculo”) com a permissividade táctica em relação ao enriquecimento ilícito. Nem com a evasão fiscal. Atente-se apenas no verdadeiro festim, no qual se vai dando mais passos para acabar com os ricos em Portugal, essa espécie espúria e putrefacta que tira o sono às almas puras do Bloco.
Ninguém parece lembrar-se que há gente rica e séria. Gente que tem muito dinheiro sem ter que recorrer a donativos de grandes empresas de obras públicas, sem ser autarca nem político e sem nunca ter estado envolvido em negócios turvos de licenciamentos, favores, reciprocidades nem mesmo negócios de cueca. Há gente que usou os seus méritos para desenvolver uma ideia, gerar um negócio e aumentá-lo de acordo com as leis do mercado e do país. Gente de mérito que não precisou de carreiras políticas nem jogos de cintura para enriquecer, muito menos de lamber as botas de ninguém. As botas ou o que quer que fosse para alcançar os almejados fins.
Levar um dia inteiro a ouvir Louçã num tom patologicamente furioso e a raiar um estádio de difícil auto-controle, pelo clímax de se ouvir ele próprio, a bramar contra os ricos é sintomático de um país que pouco ou nada mais tem para nos dar senão esta farsa patética de mostrar à populaça que andamos todos muito ocupados a perseguir os ricos, os poderosos e os capitalistas, em versão TVI e 24 Horas, aos berros e manguitos.
Permanece em mim a grande questão sobre o que verdadeiramente leva o PS a beijocar o BE e fazer o seu jogo em toda esta farsa. Afinal muitos políticos terão pouco a aprender em matéria de enriquecimento ilícito e evasão fiscal. Agora, fingir que têm e fazer esta algazarra é que chega a ser obsceno. Ninguém tem dúvidas que os ricos terão sempre meios de “evitar” esta salganhada em que o PS está a afundar este país. No caso vertente, sem embargo de mecanismos apropriados, mas sempre no maior respeito pela privacidade de cada qual, para se ajuizar da bondade da forma de enriquecimento de cada um e do seu cumprimento fiscal.
Paulo Rangel acusou ontem à noite o Governo de propor a criação de uma pena fiscal "totalmente inconstitucional", que configura "um dos mais graves ataques contra o Estado de Direito e a separação de poderes" E explica porquê, aqui no Público. Só não percebo porque é que se absteve na votação. Mas vale ler a notícia toda.
Já agora. Aquela cena de fúria de Louçã a acusar o BES de ter uma conta com dinheiros dos herdeiros de Pinochet tem a ver com quê? O presidente do banco já lhe chamou mentiroso patológico mas se fosse verdade, ou for, o que é que nós temos a ver com isso? E Louçã, por acaso, já se preocupou em saber onde é que Fidel Castro tem a fortuna? E Chávez? E Khadaffi? E a viúva de Arafat ? E tantos outros? Que Louçã precise de fazer terapia de controle de fúria, como a gente vê no cinema, é um problema dele, não meu. Mas já é meu problema a influência que este homem parece conseguir ter nos assuntos do meu país.
Não se confunda o caldo de esquerda (termo usado ontem, apropriadamente, por Pacheco Pereira na “Quadratura do Círculo”) com a permissividade táctica em relação ao enriquecimento ilícito. Nem com a evasão fiscal. Atente-se apenas no verdadeiro festim, no qual se vai dando mais passos para acabar com os ricos em Portugal, essa espécie espúria e putrefacta que tira o sono às almas puras do Bloco.
Ninguém parece lembrar-se que há gente rica e séria. Gente que tem muito dinheiro sem ter que recorrer a donativos de grandes empresas de obras públicas, sem ser autarca nem político e sem nunca ter estado envolvido em negócios turvos de licenciamentos, favores, reciprocidades nem mesmo negócios de cueca. Há gente que usou os seus méritos para desenvolver uma ideia, gerar um negócio e aumentá-lo de acordo com as leis do mercado e do país. Gente de mérito que não precisou de carreiras políticas nem jogos de cintura para enriquecer, muito menos de lamber as botas de ninguém. As botas ou o que quer que fosse para alcançar os almejados fins.
Levar um dia inteiro a ouvir Louçã num tom patologicamente furioso e a raiar um estádio de difícil auto-controle, pelo clímax de se ouvir ele próprio, a bramar contra os ricos é sintomático de um país que pouco ou nada mais tem para nos dar senão esta farsa patética de mostrar à populaça que andamos todos muito ocupados a perseguir os ricos, os poderosos e os capitalistas, em versão TVI e 24 Horas, aos berros e manguitos.
Permanece em mim a grande questão sobre o que verdadeiramente leva o PS a beijocar o BE e fazer o seu jogo em toda esta farsa. Afinal muitos políticos terão pouco a aprender em matéria de enriquecimento ilícito e evasão fiscal. Agora, fingir que têm e fazer esta algazarra é que chega a ser obsceno. Ninguém tem dúvidas que os ricos terão sempre meios de “evitar” esta salganhada em que o PS está a afundar este país. No caso vertente, sem embargo de mecanismos apropriados, mas sempre no maior respeito pela privacidade de cada qual, para se ajuizar da bondade da forma de enriquecimento de cada um e do seu cumprimento fiscal.
Paulo Rangel acusou ontem à noite o Governo de propor a criação de uma pena fiscal "totalmente inconstitucional", que configura "um dos mais graves ataques contra o Estado de Direito e a separação de poderes" E explica porquê, aqui no Público. Só não percebo porque é que se absteve na votação. Mas vale ler a notícia toda.
Já agora. Aquela cena de fúria de Louçã a acusar o BES de ter uma conta com dinheiros dos herdeiros de Pinochet tem a ver com quê? O presidente do banco já lhe chamou mentiroso patológico mas se fosse verdade, ou for, o que é que nós temos a ver com isso? E Louçã, por acaso, já se preocupou em saber onde é que Fidel Castro tem a fortuna? E Chávez? E Khadaffi? E a viúva de Arafat ? E tantos outros? Que Louçã precise de fazer terapia de controle de fúria, como a gente vê no cinema, é um problema dele, não meu. Mas já é meu problema a influência que este homem parece conseguir ter nos assuntos do meu país.
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Etiquetas: Bloco, enriquecimento ilícito, Francisco Anacleto
2 Comments:
Onde é que clico para aplaudir o teu discurso?
Xi-co.
CarlotaDesta vez vai uma beijola em vez do xi-co, pela tua simpatia.
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